Dubai – Brasileiros que expuseram na Gulfood 2023 apontaram uma maior diversidade de nações frequentando a feira para fazer negócios. Foram 11 empresas que participaram do espaço da Câmara de Comércio Árabe Brasileira na feira, que aconteceu em Dubai, Emirados Árabes Unidos, até esta sexta-feira (24).
“Foi impressionante. Tinha até pessoas que tentávamos alcançar e apareceram aqui no estande. Fiquei muito contente. Inclusive conseguimos abrir [mercado em] países que vínhamos tentando e não achávamos o canal correto”, contou Angélica Niero, gerente de exportações da Florestal Alimentos.
A marca tem certificação halal para toda sua linha e já recebia visitantes de países africanos em outras edições da Gulfood, mas neste ano conseguiu novos contatos. “Recebemos até executivos da Somália. Achei que foi muito bom. Já embarcamos para Djibuti, por exemplo, mas a Somália estava mais difícil. Também revi pessoas da Palestina, que já são família mesmo”, apontou Niero.
Pela primeira vez no evento com a empresa Nad Al Shiba International General Trading L.L.C, o diretor comercial da companhia, Omar Khaled Hamaoui já faz negócios na feira há anos, mas se surpreendeu com a visitação deste ano. “O número de visitantes e de reuniões foi totalmente fora da expectativa, positivamente falando. A demanda que tivemos por vários dos nossos produtos está acima de qualquer análise que fizemos e pudemos esperar. Tivemos como visitantes, mais de 120 empresas, de vários países da África e Ásia. Tivemos pessoas de Bangladesh, Cingapura, Malásia. Do Oriente Médio, tivemos Síria, Líbano. Sem contar a quantidade de pedidos do continente africano”, declarou ele.
Hamaoui explicou que os pedidos feitos são já confirmação. “Agora nós vamos para a parte de documentos e contratos, que é a efetivação. Mas já são confirmados, todos praticamente tivemos de duas a quatro reuniões para chegar a um acordo. Foi totalmente positivo”, contou. Entre os produtos comercializados pela trading, o açúcar foi o mais procurado, seguido por farelo de soja.
Segundo ele, mais de 50% dos mercados onde a marca fez contatos e reuniões são novos. “Recomendo para quem tem intenção de expandir, que procure participar da Gulfood porque a exposição da empresa e dos produtos é em uma escala sem precedentes para quem trabalha apenas no mercado da América Latina, por exemplo”, disse o empresário, que aposta na África como o mercado mais promissor.
Já a Pantanal General Trading trouxe neste ano sua marca que foca em commodities, a Pantanal Coffee. “O objetivo da Pantanal Coffee são as grandes cargas. Na Gulfood, recebemos muita gente do Golfo que é nosso foco, e queríamos abrir mercado do Oriente Médio. Entretanto, recebemos demanda de fora, até da Itália”, disse Júlia Maria do Prado Martins, gerente do escritório da Pantanal Trading em Dubai. Os compradores buscaram princiapalmente pelo grão gru, o chamado café verde. Apenas entre os contatos mais efetivos, a marca calculou mais de 18 reuniões.
A diversidade de contatos era justamente o que procurava a NPZanchetta. Marca cerealista tem foco em países de regiões fora dos Emirados, como nações do Norte da África e Ásia. “Para nós a feira foi muito boa. Fechamos muitos contêineres na Gulfood, para países diferentes. Foi acima da nossa expectativa. A nossa meta na feira foi cumprida, com bastante contato, muitos clientes novos. Retornamos negócios com compradores que já conhecíamos, tudo isso foi muito importante”, revelou William Nunes, executivo de Comércio Exterior da marca.
Já no setor de carnes, marcas como a Dinda expuseram seu portfólio no estande da Câmara Árabe. “Nós viemos para buscar novos clientes e encontrar clientes correntes. A feira foi muito boa, acho que a grande mudança que fez o evento ficar bom desde o início, foi que ela teve início na segunda-feira desta vez. Este ano, todo mundo viu a diferença, porque estava lotada desde o início. Para nós é uma feira muito importante porque nosso maior mercado é África, e hoje toda grande empresa no continente africano tem escritório em Dubai”, contou Marcelo Turri, diretor de exportação da Dinda.
Para o secretário-geral e CEO da Câmara Árabe, Tamer Mansour, o evento trouxe boas perspectivas para os empresários do País. “Foi um recorde, especialmente no que se refere à participação da Câmara, que começou a trabalhar também no pavilhão de Proteína. Foi um grande sucesso, espero que venhamos com mais empresas e espaços. Foi um grande trabalho da equipe da Câmara”, apontou ele. A entidade organizou dois espaços para expositores brasileiros na Gulfood, um no Hall 2 e outro no Pavilhão de Proteínas.
Mansour lembrou, ainda, da importância de ter o projeto Halal do Brasil na feira. “Tivemos respostas positivas das empresas e dos visitantes. Foi muito bem aceito também pelos think tanks e certificadoras internacionais e acredito que vamos ter muitas oportunidades para expandir a marca halal no mercado árabe e islâmico”, concluiu ele. O projeto, que tem como meta expandir o fornecimento brasileiro de alimentos halal no mercado internacional, promoveu duas atividades durante os dias da feira.