Dubai – Quem anda pelo pavilhão destinado às bebidas do World Trade Centre em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde até quinta-feira (22) ocorre a principal feira do setor de alimentos e bebidas do Oriente Médio, a Gulfood, se depara com um estande todo decorado, cheio de embalagens tetra pak coloridas e com a identificação: “Palmdream: nascido em Dubai, fabricado no Brasil”.
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Trata-se de um projeto que vem sendo desenvolvido há cerca de dois anos e que foi oficialmente lançado em outubro do ano passado. As águas de coco da Palmdream, nos sabores natural, maracujá e tangerina, estão presentes nos principais supermercados, lojas de conveniência, hotéis e diversos outros pontos de venda de todo os Emirados e, com a Gulfood, pretendem avançar para outros mercados.
“Somos uma empresa dos Emirados”, explicou o brasileiro Juliano Itabaiana, co-fundador e um dos sócios da Palmdream, junto com Mohamad Abbas e Aylan Al Otaiba, nascidos no país árabe. “Mas nosso projeto é virar uma marca global. Esse é o propósito de estarmos na Gulfood”, disse.
O produto é feito no estado do Pará. Parceiros locais fornecem o maracujá e a tangerina, que se misturam à água do coco que vem de uma fazenda no estado da região norte do Brasil. A empresa tem capacidade de produzir 60 milhões de litros por ano e, segundo o sócio brasileiro da empresa, um dos objetivos é expandir o consumo de águas de coco com sabor. “Elas representam de 12% a 15% do consumo. Queremos chegar a 25% e temos um produto gostoso”, afirmou.
Itabaiana vive em Dubai há sete anos e tem com os mesmos sócios outros negócios de importação de produtos. Mas confessou ter um carinho especial pelo novo projeto: “Tudo aqui, do logo à marca, foi pensado e tem um toque meu”, disse.
Da mesma forma, outra empresa que expõe no mesmo pavilhão da Gulfood, mas que está com estande na área liderada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), pensou em toda identidade visual para vender um produto tipicamente brasileiro nos países árabes. “O nome da marca foi ideia minha”, orgulhou-se Alfredo Novais, diretor-geral da ABN8, trading que está lançando no mercado árabe o suco de açaí Brazilian Habibi. “E está dando certo, todo mundo que passa aqui elogia”, disse.
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O Brazilian Habibi é a versão árabe do St. Willie, mesmo produto exportado pela ABN8 aos Estados Unidos. Há cerca de cinco meses, foi lançado no mercado árabe. E, segundo Novais, é só o começo: “Começaremos com o suco, mas a ideia é vender sorvetes de açaí e cupuaçu, água de coco. Tudo que for tipicamente brasileiro, vai ter a marca Brazilian Habibi”, explicou.
Na Gulfood, o diretor pretende encontrar distribuidores na região do Oriente Médio e Norte da África. “É o nosso cartão de visitas”, disse ele, que está feliz com a localização. “Como aqui é uma área de bebidas, só conversamos com quem está bem focado no negócio”.
O suco de açaí é oferecido ao mercado árabe em três sabores diferentes: batido junto com banana, morango e guaraná. A produção, assim como a da Palmdream, é feita no Pará. E Novais também trabalha com outros produtos: “A nossa empresa, ABN8, já exporta máquinas e equipamentos aqui para Dubai”, contou.
Novais procura clientes em toda a região do Oriente Médio e demais países árabes e abriu um escritório na Zona Franca de Jebel Ali (Jafza, na sigla em inglês) para ajudar a alavancar os negócios na região.
Açúcar na África
O Brasil se destaca também nos três estandes de um dos principais patrocinadores da Gulfood, a Asia + Africa General Trading, uma importadora de Dubai que reexporta diversos produtos a países dos continentes africano e asiático. Ao lado das várias bandeiras que estampam o estande, está a brasileira. À reportagem da ANBA, um dos expositores contou, se esquivando de fornecer detalhes, que a empresa trabalha com importação de açúcar brasileiro, que é enviado a diversos países dos dois continentes. Entre eles, está o Djibuti.