Dubai – O Annual Investment Meeting (AIM), fórum de investimentos estrangeiros diretos que terminou nesta quarta-feira (11) em Dubai, contou com uma feira de países e empresas que querem atrair investimentos, e rodadas de negócios entre estas instituições e potenciais investidores, além da conferência principal. Brasileiros participaram do evento para apresentar seus projetos e atrair recursos.
Casemiro Tércio Carvalho, da Garín Investimentos, de São Paulo, participou das rodadas e conversou com uma série de potenciais investidores. “Esse evento tem uma função que é alinhar expectativas”, disse ele, no sentido de que o fórum funciona como um termômetro da viabilidade das características de um projeto para investidores internacionais.
O principal foco da Garín é levar recursos para empreendimentos na área de infraestrutura no Brasil, embora a empresa tenha também em seu portfólio o projeto de um frigorífico de carne 100% halal, ou seja, onde o abate dos animais segue a tradição muçulmana. “Nossa proposta é ser um veículo para investimentos estrangeiros diretos”, destacou Carvalho.
A empresa apresentou projetos nas áreas de portos, produção de minério de ferro, logística, termelétrica a gás, entre outros. No último dia do AIM, Carvalho estava satisfeito com alguns dos contatos que fez.
O presidente da Agência Paraná de Desenvolvimento (Investe Paraná), Adalberto Netto, e o coordenador de Investimentos Estrangeiros do Ministério da Agricultura, Reinaldo Vergara, também participaram das rodadas. Netto ainda foi um dos debatedores num painel sobre investimentos na América Latina.
“É um dos principais eventos de atração de investimentos”, destacou Netto, que esteve no AIM pela terceira vez. “Temos recebido um bom feedback”, declarou, acrescentando que a conferência representa também uma boa opção de aprendizagem.
Nesta edição, a Investe Paraná iniciou a negociação de um acordo com o Escritório de Investimentos de Abu Dhabi, agência de promoção de investimentos do emirado. “Estamos buscando complementariedades, buscamos áreas de sinergias”, ressaltou.
Netto e Vergara se reuniram também com potenciais investidores, a holding Loukil, da Tunísia, e a multinacional do agronegócio Olam. “Eles têm conhecimento do mercado brasileiro e estão abertos a aumentar sua participação”, comentou Vergara.
O presidente do Porto do Itaqui (no Maranhão), Ted Lago, foi outro brasileiro que marcou presença. Além de levantar investimentos, ele quer ampliar os negócios com o Oriente Médio por meio do porto. “Nossa ideia é conectar o Centro-Oeste e o Norte do Brasil com o Oriente Médio por meio de Itaqui”, disse.
No porto ocorre grande movimentação de grãos e o local tem ligação com uma das principais regiões produtoras do Brasil por meio da Ferrovia Norte-Sul. “Mas queremos também agregar valor ao grão”, comentou Lago. A intenção é conseguir investimentos para a indústria de processamento de carnes do estado.
Ele disse ainda que a região brasileira atendida pelo porto representa um mercado de 50 milhões de pessoas, e há oportunidades para empresas árabes na área de combustíveis. “Somos o primeiro porto importador de gasolina do Brasil e o segundo ou terceiro na importação de diesel”, declarou.