Dubai – Empresas brasileiras que participaram da Gulfood fecharam negócios e abriram novos mercados para seus produtos. As companhias estiveram presentes no pavilhão nacional organizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) na maior feira de alimentos do Oriente Médio, que se encerrou nesta quinta-feira (25). Segundo a Apex-Brasil, as 86 empresas que participaram do espaço encerraram a participação com uma estimativa de US$ 728 milhões em negócios realizados durante o evento e nos próximos 12 meses.
“Fechamos com o Bahrein e com a Faixa de Gaza (na Palestina)”, contou Angélica Niero, responsável pelas vendas internacionais da Boavistense, fabricante gaúcha de doces e confeitos, sobre a origem de seus novos clientes, que são distribuidores em seus países.
“Para o Bahrein foram 20 toneladas de pirulitos e, para Gaza, 28 toneladas de balas drageadas”, disse. A executiva explicou que a empresa já vendia para a Palestina, mas apenas para a Cisjordânia. Entre os 50 países para os quais a Boavistense já exporta estão ainda Kuwait, Jordânia, Emirados Árabes Unidos e Iêmen.
Entre os contatos feitos na feira, Niero também disse esperar bons retornos de importadores de Madagascar, Níger, Egito, Arábia Saudita, Uganda, Botsuana, Congo e Irã. “A Gulfood nos dá acesso a países que outras feiras não nos dão”, apontou a executiva, dizendo ter uma avaliação muito positiva do evento.
Denise Rocha, gerente de Exportação da fabricante paulista de biscoitos Racine, fechou a venda da linha completa de biscoitos recheados, wafer, biscoito de maisena e cream cracker para um distribuidor de Gana. “Somos o primeiro fornecedor brasileiro dele”, destacou a executiva. O pedido foi de 25 toneladas dos produtos.
Além da venda realizada, ela ressaltou ainda o alto número de contatos feitos durante os cinco dias de evento. “Abrimos contatos com 130 empresas”, disse. Segundo ela, a maior parte dos contatos foi feito com importadores dos Emirados, Irã, Líbano, Arábia Saudita, Omã, Palestina, Argélia, Egito e Sudão do Sul. Atualmente, a empresa já embarca seus produtos para Angola, Paraguai, Uruguai, Bolívia e Colômbia.
A Peccin, produtora de doces do Rio Grande do Sul, já tem um mercado bem estabelecido no Oriente Médio, segundo o gerente de Exportação da marca, Gilberto Lima. Na Gulfood, porém, a empresa conseguiu abrir ainda mais portas na região.
“Fechamos com Arábia Saudita, Egito e Iraque, que não constavam em nosso portfólio de pedidos”, ressaltou Lima, sobre a origem dos distribuidores com os quais fez negócios. No geral, os pedidos de chocolates, chicletes e balas com polpa natural de frutas, somam US$ 300 mil.
“A feira é muito boa e importante para a gente. Ela atende aos mercados do Norte da África e Oriente Médio, tem bastante movimento e nós temos interesse de sempre retornar”, completou.
Balanço
Paulo Cesar Meira de Vasconcellos, embaixador do Brasil nos Emirados, avaliou a participação brasileira na Gulfood como “muito boa”. “Pelo que eu tenho conversado com os empresários aqui, todos saíram muitos satisfeitos, porque a Gulfood é hoje uma das três maiores feiras de alimentos do mundo. Na Gulfood, você não vende só para os Emirados, vende para todo o Golfo, Norte da África, para países asiáticos, africanos”, destacou o diplomata.
“O que eu senti de todos é que [a feira] abriu muito as possibilidades de exportação deles não só para cá (Emirados), mas para uma área muito maior. Acho que todos estão muito satisfeitos e todos querem voltar ano que vem”, apontou.
Michel Alaby, diretor-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, falou sobre as atividades realizadas no Espaço Câmara Árabe, local mantido pela entidade durante o evento como base de apoio a seus associados na feira.
“Acho que o resultado é positivo. Tivemos cerca de 25 importadores que nos visitaram. Esses novos contatos podem representar negócios futuros [para as empresas brasileiras], principalmente no setor de frangos”, apontou.
O executivo também destacou a promoção das atividades da Câmara Árabe feita por meio de entrevistas a veículos que cobriram o evento. “Tivemos quatro entrevistas para jornais da região, para o Gulfnews, Al Bayan, Al Ray e Halal Journal”, contou.
Entre os principais encontros feitos no espaço, Alaby destacou a reunião com executivos do grupo Al Islami, dos Emirados. O grupo, que já importa e distribui alimentos brasileiros, está abrindo um escritório no Brasil.