São Paulo – A Câmara de Comércio Árabe Brasileira iniciou os preparativos para levar empresas brasileiras à 31ª Feira Internacional de Cartum, que ocorre de 30 de janeiro a 06 de fevereiro de 2014 no Sudão. Nesta terça-feira (17), companhias nacionais interessadas em ir ao evento estiveram na sede da entidade para saber mais sobre a mostra e sobre o mercado sudanês.
Em 2012, o Brasil exportou o equivalente a US$ 81,8 milhões ao Sudão, principalmente em açúcar, trigo, carne de frango e máquinas agrícolas. O valor corresponde a apenas 1,2% do que o país africano importou do mundo no ano passado.
“Estamos buscando fornecedores brasileiros para atender aos nossos parceiros no Sudão”, destacou Suelma Rosa dos Santos, diretora de Inteligência de Mercados da Câmara Árabe, mostrando que ainda há uma demanda sudanesa não atendida pelas companhias brasileiras. Além da participação na feira, as empresas que forem à mostra também terão uma agenda paralela montada de acordo com seus interesses.
Luiz Ferraz, gerente de produção da Ferraz Máquinas e Engenharia, conta que sua empresa tem uma fábrica na África do Sul e que está com dois projetos em negociação com o Sudão. A indústria de Ribeirão Preto monta complexos de produção de ração animal.
“A África do Sul está um pouco mais avançada, tem grandes empresas do setor de alimentação animal. O resto da África ainda importa muita ração animal, mas a perspectiva é ótima. Uma hora eles vão começar a abastecer o mercado interno com a produção local”, avalia o executivo.
Maria Prado, trader da Fame, fabricante de duchas elétricas, relata que a indústria tem suas exportações consolidadas para os países da América Latina e que agora quer buscar os mercados africanos e árabes.
“Nosso produto hoje é o mais econômico para um banho quente. Existem muitas pessoas no mundo que tomam banho de água fria porque há instalações que são muito caras, que são os boilers ou aquecedores de passagem”, afirma. “O chuveiro elétrico é um produto de simples instalação e muito barato para locais em que não faz muito frio e que não têm necessidade de ter um equipamento tão sofisticado. Uma ducha elétrica custa, às vezes, 10% do valor de outro produto e é viável para famílias com poder aquisitivo mais baixo”, explica.
Katia Timani, proprietária da Kans BR, indústria de cosméticos capilares que exporta para quatro países árabes, decidiu que vai participar da feira em Cartum. Sua empresa produz cosméticos para restauração interna dos cabelos e ela aposta que os produtos devem atingir as necessidades da população sudanesa. “Pelo tipo de cabelo que eles têm, será um produto que terá um grande sucesso lá”, avalia.


