São Paulo – O Oriente Médio, região onde está localizada boa parte dos países árabes, responde por 4% dos investimentos externos de empresas brasileiras, segundo estudo divulgado nesta quinta-feira (16) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A pesquisa tem como base entrevistas feitas com 28 companhias transnacionais, que representam cerca de um terço das exportações do País. Do total, 22 são indústrias.
O levantamento também mostra que a África, outra região na qual estão países árabes, tem 17% dos investimentos estrangeiros das multinacionais. A América do Sul é o lugar onde elas mais investem, com 53%, seguida por Nafta, com 35%, por União Europeia, com 19%, e então pela África. A Ásia (exceto China) responde por 10%, a China por 8% e o Oriente Médio por 4%. A África é o quarto destino onde elas mais investem e o Oriente Médio o sétimo.
O estudo foi feito pela CNI para recomendar políticas públicas ao País para fomento aos investimentos das empresas brasileiras no exterior. Ele mostra que o Brasil tem tido dificuldade de manter os fluxos internacionais. Segundo a entidade, a participação do Brasil no estoque global de investimentos estava em 1,96% em 1990, foi para 0,65% no ano 2000 e para 0,99% em 2012. Já a China saiu de 0,21% em 1990 para 2,15% há dois anos.
De acordo com a entidade, o principal motivo pelo qual as companhias brasileiras investem no exterior é acesso a novos mercados. Entre outras razões estão a diversificação de riscos quanto ao ciclo econômico brasileiro, a redução de custos de produção para enfrentar a concorrência internacional, o acesso a novas tecnologias, a insumos mais baratos e também a mercados com os quais o país sede tem acordos.
A CNI afirma que há iniciativas positivas que incentivam o fluxo de capitais no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mas que o sistema de bitributação brasileiro reduz a competitividade e aumenta a insegurança jurídica dos investimentos no exterior. A entidade pede ao governo brasileiro a ampliação de acordos para evitar bitributação, a eliminação da tributação automática dos lucros de empresas no exterior e a celebração de acordos de proteção de investimentos, entre outras medidas.
A Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos estão na lista feita pela entidade de países prioritários para realização de acordos para evitar dupla tributação sobre investimentos. Os demais são Estados Unidos, Austrália, Colômbia, Alemanha, Rússia, Venezuela, Paraguai, Reino Unido, Suíça, Uruguai, Angola, Cingapura, Guiné e Moçambique.


