São Paulo – Dez companhias brasileiras do setor de defesa irão participar da International Defence Exhibition and Conference (Idex), de 17 a 21 de fevereiro, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. A participação nacional está sendo organizada pela Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde), e as empresas levarão produtos como armas, munição, blindagem e aviônicos, entre outros.
“O Oriente Médio é um dos mercados-alvo do Brasil”, destaca Carlos Afonso Pierantoni Gambôa, vice-presidente executivo da Abimde. “O Brasil tem uma relação muito boa com os países da região, então, não temos a rejeição que alguns países de primeiro mundo costumam sofrer. Nossos produtos são muito bem aceitos lá. Isso tem motivado a participação das empresas na feira”, aponta.
Das empresas participantes, BCA (blindagem), CBC (munição), Condor (tecnologia não-letal), Embraer (aviões), Taurus (armas) e Mectron (armamentos inteligentes) já estiveram em outras edições da feira, enquanto a Nightlaser (equipamentos eletro-ópticos para uso militar), Avionics (equipamentos para aviões), Atrasorb (pastilhas absorvedoras de CO2) e AEQ (explosivos e acessórios aeroespaciais) vão à Idex pela primeira vez. “São quatro empresas novas, o restante já tem bastantes negócios por lá”, afirma Gambôa.
“A Embraer tem vendido bastantes aeronaves para o transporte de autoridades, que estão incluídas em seu setor de defesa”, diz o executivo, que menciona outros produtos com boa demanda no mercado árabe, como a munição de pequeno calibre da CBC e as armas da Taurus.
Segundo Leonardo Sperry, supervisor de exportação da Taurus, a empresa irá levar à Idex armas como revólveres, pistolas, carabinas e espingardas. “A grande aposta são as pistolas, revólveres e, principalmente, uma nova pistola calibre 12”, revela.
Do total da produção da Taurus, 85% é voltado para o mercado externo, sendo os Estados Unidos, a Ásia e a América Latina os principais destinos das vendas da empresa. Para o Oriente Médio, a Taurus envia de 1% a 2% de suas exportações. Entre os países compradores estão Jordânia, Arábia Saudita, Kuwait, Emirados, Líbano e Bahrein.
Sperry diz que a Taurus está “apostando muito” em sua participação na feira. “É a região que queremos, especialmente mercados como a Arábia Saudita, Jordânia e Emirados. Nosso grande interesse é prospectar novos negócios.”
Números do setor
Gambôa conta que, em 2011, o segmento de defesa brasileiros teve uma corrente comercial de US$ 4 bilhões, com US$ 1,9 bilhão em produtos exportados e o restante em importados. “É um setor que, no Brasil, ainda importa muito mais do que exporta”, avalia o executivo da Abimde.
Os países do Oriente Médio respondem por 20% das exportações brasileiras do setor de defesa e segurança. O maior percentual de vendas externas deste ramo é para a América Latina, com 30%.
O vice-presidente da Abimde diz que, entre os países árabes, a indústria brasileira de defesa mantém bons negócios com o Catar, Emirados, Jordânia Arábia Saudita e Omã.
Segundo ele, as expectativas para a Idex são muito positivas. “Tem aumentado a procura das empresas para ir à feira. Estamos levando produtos com qualidade que não deixam nada a dever aos produtos estrangeiros”, destaca.
Realizada a cada dois anos, a última edição da Idex, em 2011, contou com 1,06 mil expositores de 52 países e recebeu mais de 60 mil visitantes.
O executivo diz que os números de 2012 ainda não foram fechados, mas que espera um crescimento de 10% para 2013 sobre o desempenho do ano passado.

