Abu Dhabi – O principal objetivo do Brazilian Festival, aproximar os árabes da cultura brasileira, foi alcançado. O evento organizado pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira e o Yas Mall, dentro do centro de compras em Abu Dhabi, atraiu muito público tanto para assistir as atrações, quanto para conferir os produtos brasileiros expostos nos cinco estandes colocados próximo ao palco.
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“O que vimos foi o cidadão árabe ficando mais simpático ao Brasil e à cultura brasileira. Muita gente apareceu, participou das atividades e isso fez com que as empresas expositoras tivessem uma procura acima do esperado”, afirmou Rubens Hannun, presidente da Câmara Árabe.
Karla Leite, diretora-executiva da Flora Brazil, uma das expositoras, deixou o festival celebrando um contrato conquistado com uma distribuidora egípcia que vive no Catar. “Acertamos tudo, meu produto já foi aprovado no Catar e só falta assinar o contrato, que vou tratar de adiantar assim que chegar ao Brasil”, disse a empresária, que recebeu bastante interessados nos produtos de tratamento capilar em seu estande durante o Brazilian Festival.
A negociação com a egípcia, porém, começou no Brasil. Leite disse que a empresária, ao saber que a Flora Brazil estaria em Abu Dhabi, logo marcou uma visita. “Ela veio só para negociar comigo. Foi bom, porque contei com a ajuda da equipe da Câmara Árabe, que passou credibilidade na negociação”, contou. “Ela pretende distribuir o produto também no Bahrein e Kuwait. Vai sair um negócio bom daqui”, estimou a empresária baiana.
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A blogueira Lu Braga conseguiu bons contatos, embora a maior parte com empresários dos Emirados. Ela buscava clientes para fazer posts patrocinados no seu blog Na Segunda a Lu Começa. “Abrimos boas portas aqui, tanto com empresário quanto com gente do governo”, contou.
Durante o Brazilian Festival, ela fez também algumas transmissões ao vivo com brasileiros que vivem aqui, como advogados, dentistas, médicos e estilistas. Essas transmissões, aliás, seja por Facebook ou Instagram, também foram realizadas pelo público que comparecia ao palco do festival e nos perfis de algumas atrações, como a da Turma da Mônica e da escola de samba Unidos da Vila Maria.
“Acabou ultrapassando as fronteiras do Yas Mall e chegou no público geral”, disse Hannun. Ele destacou a cobertura da imprensa – veículos locais citaram o evento, que teve também entradas ao vivo em um telejornal.
Atrações
A cada apresentação, a Turma da Mônica e a escola de samba Vila Maria atraíam a atenção dos consumidores do shopping. A primeira, principalmente das crianças, de todas as nacionalidades. A segunda, com o barulho dos instrumentos, instigava a curiosidade até de quem estava longe do palco principal. Os árabes erguiam os celulares para tirar fotos e gravar vídeos das atrações.
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Muito procurado, o skatista brasileiro Bob Burnquist tirou fotos e distribuiu autógrafos aos fãs de todas as idades. “É a minha primeira vez nos Emirados e essa interação com uma cultura nova foi muito boa, para ajudar a difundir o skate. Estamos aqui para incentivar a crescer mais [o esporte]”, disse. O skatista visitou algumas pistas de skate no país e disse ter vontade de construir rampas para a prática do esporte não só nos Emirados, mas nos demais países da região.
Burnquist brincou que o skate é uma atividade brasileira, pelo fato de o país ter muitos esportistas de ponta. Também assim é considerado o jiu-jitsu – que nos Emirados é chamado de brazilian jiu-jitsu. Um dos principais nomes do esporte mundial, Ralph Gracie, também se apresentou em um tatame improvisado na frente do palco do Brazilian Festival.
“A demonstração foi bem bacana. O objetivo é expandir o jiu-jitsu e a cultura brasileira para os Emirados e para os outros países do mundo, um trabalho que já vem sendo bem feito. Hoje em dia o Brasil é conhecido mundialmente não só pelo futebol ou café, mas também pelo jiu-jitsu. Gostei muito de participar aqui”, afirmou Gracie.
Para Hannun, o resultado rápido alcançado no Brazilian Festival – incluindo para as empresas – pede uma continuidade das ações nos países árabes. “Não podemos parar agora. Vamos continuar fazendo, não só nos Emirados: já temos previsto um em Riad [na Arábia Saudita] este ano. Vamos seguir a estratégia que tem tudo para ser vencedora”, concluiu o presidente da Câmara Árabe.