São Paulo – Uma das maiores exportadoras de proteína do Brasil, a BRF tem regras específicas para a produção halal (que atende aos preceitos do Islã). As plantas que produzem para os países árabes e muçulmanos são certificadas, o abate e fabricação de derivados de frango são separados de outras unidades produtoras e até a demanda de cada país é atendida em separado.
“Fazemos certificação específica para cada mercado porque a demanda muda para cada país”, disse, nesta quarta-feira (25), o vice-presidente de Marketing e Novos Negócios da BRF, Marcel Sacco. Na ocasião, a empresa recebeu um grupo de jornalistas no BRF Innovation Center (na imagem acima), em Jundiaí. Eles estão em São Paulo para uma agenda que compreende a visita a outras empresas, além da participação no 2º Global Halal Brazil Business Forum, realizado em parceria entre a Câmara de Comércio Árabe Brasileira e a certificadora Fambras Halal.
Sacco explicou que a empresa não exporta aos islâmicos, por exemplo, sua linha de produtos congelados, como pizza e lasanha. “Não exportamos porque as plantas que as produzem não têm certificação”, disse como exemplo da atenção da empresa às regras do Islã. A companhia atua no Golfo há 50 anos. A marca Sadia é líder de mercado em carne de frango na região.
Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da BRF, Fabio Bagnara destacou que há outras etapas no desenvolvimento e produção de alimentos além da produção halal. No centro de inovação, a empresa não tem seções de abate nem produção, mas pode simular até 90% da sua fabricação em escala experimental. É ali, também, que desafios são solucionados. “As receitas mudam, e por dois motivos. O consumidor muda e a matéria-prima também. Por isso, precisamos ajustar a fórmula”, disse Bagnara.
A diretora de Comunicação e Marketing da Câmara Árabe, Silvana Gomes, disse que a BRF, ao receber os jornalistas, colabora para mostrar a outras empresas o potencial do mercado halal. “A BRF, assim como outras grandes empresas do segmento de proteína líderes em produção e exportação halal, é uma inspiração para outras companhias. Recepcionar os jornalistas é uma forma de mostrar sua experiência e mostrar para outras empresas, inclusive de outros segmentos, que o mercado halal pode ser explorado”, disse.
A visita dos jornalistas estrangeiros ao País é parte do Projeto Halal do Brasil, uma parceira da Câmara Árabe com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) para fomentar a exportação nacional de alimentos halal com valor agregado. “É uma forma de promover o Brasil como um grande fornecedor global de alimentos”, disse Gomes, sobre o projeto e as visitas.
Participaram da visita jornalistas da Emirates News Agency (WAM), Salaam Gateway, The Halal Times e o professor assistente de Sociologia e Estudos Islâmicos Universidade Johns Hopkins, Ryan M. Calder.