São Paulo – A indústria de alimentos BRF segue na liderança das exportações brasileiras de carne de frango halal aos países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC, na sigla em inglês). O dado foi divulgado nesta segunda-feira (14) como parte dos resultados trimestrais da empresa. Os produtos halal são aqueles produzidos segundo as exigências do mercado muçulmano e que levam uma certificação atestando que estão dentro desse padrão.
“No mercado internacional, recuperamos parcialmente nossas margens e mantivemos a liderança nas exportações de frango no mercado Halal para os países do GCC, com 50% de market share. Nesta região, registramos 26% de participação de produtos de valor agregado no nosso volume de vendas”, também informou a BRF. O bloco do GCC é formado pelos países árabes Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Omã.
Ainda sobre o mercado halal, a BRF informou que observou aumento do preço em dólares do griller, que é o principal produto que a companhia comercializa na região, um frango inteiro e de tamanho menor. “No qual temos 60% de share da exportação do Brasil ao Oriente Médio”, informou sobre o griller. A empresa disse que durante o segundo trimestre do ano os preços se mantiveram bastante pressionados. “Pelo ainda existente desequilíbrio entre oferta e demanda de frango nesta geografia”, informou a empresa.
A empresa informou que observou no segundo trimestre uma melhora nos preços em dólares nos mercados internacionais em que atua, com recuperação em relação aos três meses anteriores. Apesar disso, a BRF teve queda de 1,4% na receita líquida vinda do segmento internacional, atribuída a fatores como depreciação do dólar frente ao real e redução dos volumes no segmento halal por conta do efeito sazonal do Ramadã. O período religioso islâmico, no qual o consumo de alimentos aumenta, ocorreu no final de março neste ano.
A BRF conseguiu receita líquida de R$ 12,2 bilhões de abril a junho, mas houve queda de 5,7% em relação ao mesmo período de 2022. O prejuízo líquido ficou em R$ 1,34 bilhão. O Ebitda somou R$ 1 bilhão, com recuo de 32,7%. A dívida líquida ficou em R$ 15,3 bilhões. Apesar desses números, após a divulgação dos resultados na segunda-feira pela noite, as ações da empresa tiveram forte alta na bolsa brasileira nesta terça-feira (15).
A empresa informou melhora nos indicadores operacionais, bom desempenho de processados no Brasil e recuperação das margens a partir de aumento gradativo dos preços em dólares. Também afirmou que segue focada no plano de eficiência BRF+, reduziu índice de mortalidade de animais, avançou em produtividade, diminuiu perdas operacionais e avançou no nível de serviços logísticos no segundo trimestre deste ano em relação ao primeiro.