São Paulo – Móbiles, caleidoscópios, dinossauros, palhaços, sereias, cavaleiros e dragões. Estes são alguns dos produtos da Gamar Brinquedos Educativos, que foi criada há seis anos com a proposta de educar e divertir as crianças com produtos ecologicamente corretos. Com vendas em quase todo o Brasil e em nove países da Europa, a empresa quer expandir sua presença no mercado externo e aumentar as exportações em 20% este ano.
As criações do engenheiro eletrônico Maurício Gilson começaram quando ele decidiu fazer um brinquedo para agradar seu próprio filho, então com dois anos. O menino gostou da invenção do pai, e daí nasceu a Gamar, união dos nomes Gabriela e Marco Antônio, os dois filhos do empresário.
Hoje, a empresa conta com dez funcionários e produz mais de mil brinquedos por mês em sua fábrica no Rio de Janeiro. A matéria-prima básica dos produtos é a madeira, comprada de demolições ou das sobras da indústria moveleira.
“A gente tem uma filosofia ecológica. Usamos muitos materiais orgânicos. Eu tento usar o máximo de material alternativo possível”, conta Gilson. Entre os tipos de madeira empregados nos brinquedos estão o cedro, mogno, Riga e peroba.
Artigos como o couro, por exemplo, usado na confecção de roupas e enfeites dos bonecos, são comprados de uma fábrica de casacos no Rio Grande do Sul, enquanto as madeiras são adquiridas de fábricas de móveis no Rio de Janeiro.
Os brinquedos da marca podem ser encontrados em lojas próprias, duas na cidade de Petrópolis e uma em Teresópolis, ambas no estado do Rio de Janeiro, e em mais de 450 outros pontos de venda, sendo 40 no exterior, entre eles lojas de arte e livrarias.
Na Europa, os produtos já estão presentes na França, Alemanha, Bélgica, Áustria, Inglaterra, Portugal, Espanha, Irlanda e Holanda. Hoje, menos de 10% do faturamento da empresa vem das exportações, mas a meta para 2011 é aumentar as vendas externas em 20%. O próximo passo para a Gamar é o mercado dos Estados Unidos. Este ano, Gilson irá conhecer a Toy Fair, feira do setor que ocorre em Nova York. Em 2012, já espera participar como expositor do evento.
A inserção no mercado externo se deu por acaso, com o convite para participar de uma feira de comércio justo em Paris, em 2005. O sucesso foi tanto que, dois anos depois, a empresa voltou a expor no mesmo evento. Atualmente, a Gamar é a única empresa brasileira de brinquedos educativos a possuir o certificado europeu de segurança (CE).
O empresário conta que o mercado de brinquedos educativos representa menos de 1% do total do setor de brinquedos, e que os artigos da Gamar são produzidos para serem duráveis e reintegráveis ao meio ambiente. “Nossos brinquedos são projetados para durarem gerações. É um brinquedo altamente durável e, se vier a ser descartado, ele rapidamente volta à natureza.”
Segundo Gilson, a maior parte dos compradores dos brinquedos da Gamar são da classe A, o que dispensa seus produtos da concorrência com os produtos chineses, que têm no baixo preço o seu maior apelo. Os artigos mais baratos da Gamar podem custar entre R$ 40 e R$ 50 ao consumidor. Já para o mercado externo, os brinquedos são passados aos lojistas pela média de 16 euros. “Nosso crescimento tem sido da ordem de 30% a 40% ao ano”, relata o empresário, sem revelar o valor do faturamento da empresa.
Os brinquedos são vendidos também diretamente para instituições de ensino, e vêm com encartes pedagógicos que são produzidos em quatro línguas além do português: inglês, alemão, espanhol e francês. Os textos, escritos em parceria com psicólogos e pedagogos, ensinam aos educadores como utilizar as peças no desenvolvimento das crianças.
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