Da redação*
Nova York – Em seu discurso na Assembléia Geral das Nações Unidas, o presidente dos Estados Unidos, George Bush, falou principalmente da ação norte-americana no combate ao terrorismo e na recuperação do Iraque, assim como na resolução do conflito israelo-palestino.
O presidente busca apoio para a política dos EUA para o Iraque do pós-guerra, em meio à queda nas taxas de aprovação do seu governo e perda de entusiasmo do público americano pela guerra.
No ano passado, Bush conseguiu apoio das Nações Unidas para novas inspeções de armas e para ultimato a Saddam Hussein, mas não conseguiu a bênção do Conselho de Segurança da ONU para a guerra.
Bush também falou sobre os conflitos entre palestinos e israelenses no Oriente Médio. Ele reforçou a necessidade da escolha de "novos líderes" para a solução dos conflitos, numa referência ao apoio de Washington à retirada de Iasser Arafat do poder.
Popularidade em baixa
O discurso de Bush desta terça-feira também será crucial para sua sobrevivência nos próprios Estados Unidos. Atualmente, seu governo tem a taxa mais baixa de aprovação e Bush está sendo ameaçado por nada menos que cinco candidatos democratas.
A manada democrata – são dez candidatos ao todo com fôlego para enfrentar a candidatura de Bush a um segundo mandato, em novembro, 2004 – é liderada pelo recém-chegado Wesley Clark.
General aposentado, Clark pulou à frente de todos os outros democratas e, segundo pesquisa CNN/USA Today/Gallup, divulgada ontem, está empatado com o próprio Bush.
Em quase todos os quesitos, a posição do Bush piorou. Pelo menos 50% dos entrevistados aprovaram o trabalho de Bush – contra 59% em agosto e 71% em abril. Na questão da guerra contra o Iraque, 50% responderam que valeu a pena, contra 58% há dez dias. Em abril, 76% haviam apoiado a guerra. Esse apoio já havia caído para 63% em agosto.
Embora Bush pressione para uma nova resolução do Conselho de Segurança, pela criação de uma força multinacional para o Iraque, ele não tem planos de aceitar a proposta da França de devolver a soberania aos iraquianos o mais rápido possível, como defendeu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em discurso na ONU minutos antes da fala de Bush.
"O plano francês, que de alguma maneira tenta transferir a soberania para um grupo não eleito de pessoas, não é funcional", disse Condoleezza Rice, conselheira de Segurança Nacional do governo, aos repórteres na Casa Branca ontem.
Depois do seu discurso na Assembléia da ONU, Bush planeja reuniões individuais com diversos líderes mundiais, incluindo o presidente da França, Jacques Chirac, que tem duramente criticado a política de administração do Iraque. A França diz que quer que a coalizão entregue o controle ao povo iraquiano dentro de seis a nove meses.
*(com Agência Brasil)