São Paulo – Após uma colaboração de 16 países árabes liderados pela Arábia Saudita e sob a supervisão da Organização Educacional, Cultural e Científica da Liga Árabe, a “Caligrafia Árabe: Conhecimentos, Habilidades e Práticas” foi oficialmente adicionada à Lista Representativa do Patrimônio Cultural Imaterial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Além da Arábia Saudita, os países árabes que colaboraram foram Argélia, Bahrein, Egito, Iraque, Jordânia, Kuwait, Líbano, Mauritânia, Marrocos, Omã, Palestina, Sudão, Tunísia, Emirados Árabes Unidos e Iêmen.
A caligrafia árabe é a prática artística de escrita árabe cursiva, de maneira fluida, para transmitir harmonia, graça e beleza. A prática pode ser transmitida por meio da educação formal e informal e utiliza as vinte e oito letras do alfabeto árabe, da direita para a esquerda.
Originalmente destinada a tornar a escrita clara e legível, gradualmente a caligrafia se tornou uma arte árabe islâmica para obras tradicionais e modernas. A fluidez da escrita árabe oferece possibilidades infinitas, mesmo dentro de uma única palavra, já que as letras podem ser esticadas e transformadas de várias maneiras para criar diferentes formas.
As técnicas tradicionais usam materiais naturais como juncos e hastes de bambu para o qalam, ou instrumento de escrita. Para a tinta é usada uma mistura de mel, fuligem preta e açafrão, e o papel é feito à mão e tratado com amido, clara de ovo e alume, um composto químico. A caligrafia moderna geralmente usa canetinha, caneta permanente e tinta sintética. A tinta spray é usada para caligrafia em paredes, placas e edifícios. Artesãos e designers também usam a caligrafia árabe para aprimoramento artístico, como no mármore e entalhes em madeira, bordados e gravuras em metal.
A caligrafia desempenhou um papel fundamental no avanço da língua árabe ao longo da história, além da importância de seu uso em textos religiosos. Durante séculos, ela contribuiu para a transferência e difusão da cultura, costumes e valores religiosos árabes, incutindo no processo um sentimento de orgulho e pertencimento entre os árabes.
Hoje, a caligrafia árabe continua extremamente popular e é usada por artistas e designers em uma ampla variedade de mídias, incluindo pinturas, esculturas, grafitti e “caligrafitti”.