São Paulo – Lideranças da Câmara de Comércio Árabe Brasileira tiveram encontros com representantes do setor privado e da diplomacia no Rio de Janeiro na quarta-feira (24) para engajar o estado na relação com os países árabes. Em função do petróleo, o Rio de Janeiro é o segundo estado no ranking de importadores de produtos árabes no Brasil, mas apenas o 12º na exportação para a região, segundo dados compilados pelo Departamento de Inteligência de Mercado da Câmara Árabe.
Uma das reuniões do vice-presidente de Relações Internacionais e secretário-geral da Câmara Árabe, Mohamad Orra Mourad, e da diretora de Relações Institucionais, Fernanda Baltazar, no Rio, foi na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), com a qual a instituição já mantém parceria. Recebida pelo presidente do Conselho de Relações Internacionais da Firjan, Rodrigo Santiago Freitas, a Câmara Árabe dividiu a sua programação até o final do ano para estudar novas ações conjuntas.

“A ideia é que sempre que vierem novas delegações árabes para o Brasil, nós as levemos para outros estados também e não concentremos em São Paulo”, disse Mourad, sobre um dos assuntos discutidos na pauta, contando ainda da proposta de que Câmara Árabe e Firjan usem a estrutura um da outra em cada estado para atividades. A Câmara Árabe tem sede em São Paulo e escritórios em Itajaí e em Brasília.
Mourad e Baltazar também foram recebidos na mineradora Vale. “Nosso comércio de minério com os países árabes é forte”, afirma Mourad. Segundo o secretário-geral, proteína animal, açúcar e minério de ferro sempre estão nos primeiros lugares da pauta de exportação do Brasil para o mercado árabe. “A Vale tem uma presença de vários anos em Omã, é a única mineradora brasileira com essa presença lá e agora, recentemente, abriu um escritório em Dubai”, diz Mourad.

De acordo com Baltazar, o objetivo da reunião foi estreitar o relacionamento com a Vale e oferecer o apoio da Câmara Árabe para possíveis ações da empresa em relação ao mercado árabe. “A gente entende que o setor de mineração é super estratégico quando a gente fala sobre os países árabes”, afirma a diretora, lembrando que no ano passado o ministro da Indústria e Recursos Minerais da Arábia Saudita, Bandar Ibrahim Alkhorayef, esteve no Brasil. O ministro teve encontro com Mourad.
Os dois representantes da Câmara Árabe também estiveram com novos cônsules de países árabes no Rio de Janeiro, Joe Turk, do Líbano, e Iman Elbanhawy, do Egito, que assumiram seus cargos recentemente. Esses são os dois únicos consulados de países da região no Rio de Janeiro e a Câmara Árabe aproveitou a chegada dos novos diplomatas para apresentar seus serviços e oferecer parceria.
De janeiro a agosto deste ano, o Rio de Janeiro recebeu US$ 1,2 bilhão em importações de produtos árabes, em um total de US$ 6,4 bilhões que o Brasil todo importa. “O Rio é o coração da indústria petrolífera no Brasil”, disse Mourad, se referindo a importância que o estado tem na relação do Brasil com os países árabes. Ele lembra que a capital fluminense sediou importantes eventos internacionais, como a Cúpula do G20, em 2024, e a Cúpula do Brics, neste ano, das quais participaram lideranças dos países árabes.
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