São Paulo – O presidente e CEO da zona franca Dubai Multi Commodities Centre (DMCC), Ahmed Bin Sulayem, e o presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, o embaixador Osmar Chohfi, assinaram um memorando de entendimento (MoU) entre as partes nesta sexta-feira (17), na sede da entidade em São Paulo.
O acordo prevê colaboração para a organização de missões comerciais conjuntas, seminários, roadshows, entre outros eventos, com o objetivo de atrair mais negócios para a zona franca, além de apoio institucional entre as partes no Brasil e nos Emirados Árabes Unidos, bem como uso de suas dependências.
A Câmara Árabe indicará empresas para fazer negócios em Dubai, e a DMCC vai fornecer os nomes das empresas brasileiras já estabelecidas na zona franca, incluindo seus setores de negócios.
A DMCC está convidada a participar de todos os eventos do pavilhão brasileiro na Expo 2020 Dubai, bem como os eventos paralelos organizados pela Câmara Árabe, como o Fórum de Sustentabilidade Econômica na Região Amazônica entre Brasil e Emirados Árabes Unidos, no dia 03 de outubro, com a presença do vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, que também irá inaugurar o pavilhão brasileiro na Expo.
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Estavam presentes na assinatura do acordo também o secretário-geral da Câmara Árabe, Tamer Mansour, a gerente de Relações Institucionais da entidade, Fernanda Baltazar, o chefe do escritório da Câmara Árabe em Dubai, Rafael Solimeo, e o gerente de eventos e parcerias da DMCC, Samer Merhi.
Mansour e Chohfi falaram que diversas delegações brasileiras visitarão a Expo 2020 Dubai, incluindo o vice-presidente do Brasil, o ministro de Ciência e Tecnologia, o astronauta Marcos Pontes, o governador do estado de São Paulo, João Doria, e o presidente Jair Bolsonaro. “Teremos diversas atividades no pavilhão brasileiro na Expo e esperamos um público de cerca de 100 mil brasileiros no evento ao longo dos seis meses, entre visitantes, empresários e diplomatas”, disse Mansour.
Chohfi contou a Sulayem e Merhi que a Câmara Árabe irá inaugurar um escritório internacional no Cairo, capital do Egito, dias antes da abertura da Expo, com a presença do vice-presidente. Ele disse ainda que depois de Dubai, ele e Mansour irão a Riad, pois a entidade pretende abrir seu terceiro escritório internacional na capital saudita. Mansour falou ainda sobre a possibilidade de implantação do sistema Blockchain entre o Brasil e a zona franca.
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A zona franca DMCC é um hub para o comércio global de commodities e fornece infraestrutura física, de mercado e financeira necessárias para as empresas. Ela foi fundada em 2002 pelo governo de Dubai, e em 2003 tinha 28 empresas-membros. Hoje, é uma das mais importantes zonas francas do mundo, com mais de 18 mil empresas associadas de 170 países, e mais de 60 mil funcionários. É lá que ficam o Coffee Centre e o Tea Centre, locais de trading de café e chá.
Missão
Sulayem, Merhi e Solimeo passaram a semana no Brasil e visitaram plantações de cacau e o Centro de Inovação do Cacau (CIC) em Ilhéus, na Bahia, fizeram visita técnica a um depósito de pedras ornamentais em Governador Valadares, em Minas Gerais, onde ainda se encontraram com representantes do setor de pedras ornamentais e do setor de café. Eles também encontraram com autoridades locais da Bahia, Minas e São Paulo.
A DMCC quer inaugurar um Cocoa Centre em sua zona franca em breve, e Sulayem, após as visitas na Bahia, disse ter ficado impressionado com a qualidade e a sustentabilidade dos processos do cacau brasileiro. “Aprendemos muito sobre o negócio do cacau e queremos dar prioridade ao cacau brasileiro em nosso centro do cacau, pela sua história e por tudo que eu conheci na Bahia”, disse Sulayem.
O CEO da DMCC já visitou o Brasil em outras ocasiões, mas essa foi sua primeira viagem à Bahia. Ele afirmou que, além do cacau, busca expandir os negócios do algodão, entre outras commodities. Mansour disse que a Câmara irá ajudar a identificar empresas desses e outros produtos para que os contatos sejam feitos com a DMCC.