Geovana Pagel
São Paulo – A Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB) definiu o calendário oficial de feiras internacionais de que irá participar em 2004. Este ano, a entidade participa de três feiras multissetoriais, no Egito, na Argélia e na Síria; uma do setor moveleiro e uma no setor de construção civil, ambas nos Emirados Árabes Unidos.
“A estratégia de participação nas feiras deve ser contínua e permanente”, afirmou o secretário-geral da CCAB, Michel Alaby. Segundo ele, se a empresa exportadora já é tradicional, vai para firmar a imagem e a marca, e se é nova vai para conhecer e iniciar os contatos.
“Por isso a entidade procura avaliar bem a demanda dos países árabes e também valoriza a estratégia dos parceiros(empresários)”, explicou o secretário.
A primeira da lista, a 37ª Feira Internacional do Cairo, a Cairo International Fair, será realizada de 17 a 26 de março. Trata-se de uma feira multissetorial, da qual a CCAB participa desde 1997. É uma importante fonte de divulgação do Brasil no Egito, que é considerado a segunda maior economia dos países árabes e o terceiro país importador árabe do Brasil (US$ 462 milhões em 2003).
O evento, que conta com a "presença contínua da Câmara”, segundo Alaby, é voltado para a ampla comercialização de produtos e serviços: materiais de construção, relógios, computadores, cosméticos, produtos eletroeletrônicos, calçados, móveis, presentes, jóias, itens de decoração, produtos de couro, farmacêuticos, plásticos, de borracha e esportivos, máquinas agrícolas, equipamentos e autopeças.
No período de 2 a 10 de junho, a participação da CCAB será na Feira Internacional de Argel, na Argélia. Há seis anos a entidade marca presença no evento mutissetorial, que é organizado em conjunto com a Embaixada Brasileira na Argélia.
Na última edição, que teve a participação de 22 países, o estande brasileiro contou com 12 empresas que enviaram seus catálogos, amostras ou estavam presentes. “A Argélia foi escolhida porque apresenta o maior déficit comercial dos países árabes, com quase US$ 1 bilhão”, comenta Alaby.
Três meses depois, de 3 a 12 de setembro, o destino é a Síria, onde acontece a Feira Internacional de Damasco, que também é multissetorial. A CCAB participa do evento desde o ano de 1996. No ano passado, o estande brasileiro contou com a participação de 16 empresas de diversos setores, principalmente alimentício, máquinas agrícolas, mármores e granitos.
“Esta feira também é tradicional. É um país com surpreendente crescimento industrial e um grande comprador de matérias-primas, máquinas e equipamentos, entre outros”, conta Alaby.
Ainda no mês de setembro, entre os dias 22 e 26, acontece uma importante feira do setor moveleiro, a Index, nos Emirados Árabes Unidos. A feira é considerada de grande sucesso para o setor de móveis brasileiro. A Câmara Árabe participa da feira desde 1998, com espaços crescentes a cada nova edição. “Começamos com 25 metros quadrados. No ano passado foram 450 metros quadrados e , em 2004, pedimos 600 metros quadrados”, conta Alaby.
Em 2003 o estande brasileiro contou com a presença de 46 empresários e o espaço brasileiro foi visitado por mais de 2000 empresários. “É um mercado de muito potencial. Só o golfo arábico importou US$ 901 milhões em móveis brasileiros em 2003”, comemora.
A Index é organizada conjuntamente com a Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel) e o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Rio Grande do Sul (Sebrae/RS).
A Big 5 Show encerra a participação da CCAB em feiras internacionais no ano de 2004. Maior feira do setor de construção do Oriente Médio, ela acontece de 20 a 24 de novembro, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. De acordo com Alaby, a entidade teve participações esporádicas até 1999 e "voltou com toda a força em 2003", quando estiveram presentes 15 empresas dos subsetores de infra-estrutura, material de acabamento e serviços de engenharia. Os empresários brasileiros fizeram aproximadamente 700 contatos.
Segundo Alaby, o potencial é devido aos diversos projetos de construção de hotéis e resorts na região. “Há uma demanda latente. A previsão é de que até 2014 serão investidos mais de US$ 10 bilhões, isso sem contar a própria reconstrução do Iraque”, completa.
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