São Paulo – Representantes da Câmara de Comércio Árabe Brasileira se reuniram no domingo (28) com representantes da Autoridade Saudita de Alimentação e Medicamentos (SFDA, na sigla em inglês) e discutiram a implantação da certificação online de documentos. Esta medida reduz a burocracia e torna mais rápida a liberação de mercadorias ao País árabe. A Câmara Árabe, que faz a certifcação, já está implantando este processo no Egito.
Atualmente, o exportador precisa levar os documentos dos produtos que irá exportar à sede da Câmara Árabe, que emite um certificado que comprova que a origem daquele produto é o Brasil. Depois, esse documento segue para a embaixada correspondente, onde é legalizado, para, só então, retornar ao exportador. O processo demora 15 dias, em média. Com a ferramenta online caem os custos com entregadores e transporte de documentos, assim como o tempo para a liberação do documento fica menor.
De acordo com o diretor-geral da Câmara Árabe, Michel Alaby, a proposta aos sauditas “vai caminhar” nos próximos meses. “Já estamos implantando no Egito e agora desejamos implantar na Arábia Saudita. Vamos enviar documentos e depois técnicos para a adoção do sistema”, afirmou Alaby à ANBA nesta segunda-feira (29).
Do lado brasileiro, também participaram do encontro o gerente de Relações Governamentais da Câmara Árabe, Tamer Mansour, o presidente da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (Fambras), Mohamed Zogbi, e o diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Fernando Sampaio.
A delegação saudita era formada pelo diretor de Cooperação Internacional da SFDA, Abdulrahman Abdullah Alghurarir, pelo diretor executivo do Departamento de Riscos e Alimentação, Ibraheem Al-Sheddy, e por três veterinários.
Em outro encontro, este realizado nesta segunda-feira (29) em um churrasco promovido pela Abiec na Embaixada do Brasil em Riad, Alaby se reuniu com o diretor geral assistente para assuntos aduaneiros da Arábia Saudita, Suleiman Altuwajiri. Ele pediu que a Câmara Árabe envie um documento com a proposta de certificação online à embaixada saudita em Brasília. Esta, por sua vez, irá informar a proposta à aduana saudita. Na primeira semana de abril uma equipe da Câmara Árabe deverá se reunir com profissionais da SFDA para fazer os testes de integração da certificação online.
Promoção da carne
Nos dois eventos, Alaby e os sauditas trataram também da retomada das exportações de carne do Brasil para a Arábia Saudita. No encontro com os profissionais da SFDA no domingo ficou acertado a retomada também das compras de miúdos, carne enlatada e carne com osso. A Arábia Saudita informou à embaixada brasileira em Riad sobre a retomada da compra destes produtos e agora a embaixada irá comunicar o Ministério da Agricultura.
A Arábia Saudita suspendeu, em novembro do ano passado, o embargo à compra de carne brasileira, que vigorava desde novembro de 2012. O país deixou de importar o produto porque naquele ano o governo brasileiro informou que uma vaca do rebanho do Paraná portadora da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecida como mal da vaca louca, morreu em 2010 sem desenvolver a doença. Diversos países suspenderam as importações, mas depois retomaram.
Nesta segunda-feira, a Abiec realizou o churrasco na embaixada brasileira para aproximadamente 150 pessoas para promover a carne brasileira no país e celebrar a retomada das exportações. Alaby afirmou que o primeiro navio com carne bovina do Brasil deverá chegar à Arábia Saudita no começo de março.


