São Paulo – A Câmara de Comércio Árabe Brasileira produziu um estudo sobre os produtos que devem ter maior crescimento na pauta de comércio entre o Mercosul e o Egito, após a assinatura do acordo bilateral de livre comércio, ocorrida no dia 02 de agosto, em San Juan, na Argentina.
Segundo o secretário-geral da entidade, Michel Alaby, a previsão é de que o tratado entrará em vigor no início do segundo semestre de 2011, após aprovação do texto pelos parlamentos dos países participantes. Ele garante, por exemplo, tarifa zero, no final do período de desgravação, para 22 dos 25 principais produtos brasileiros exportados ao Egito.
Diversos produtos alimentícios brasileiros terão a tarifa de importação imediatamente zerada, com destaque para carne bovina congelada, fresca ou refrigerada, leite em pó, manteiga, café verde em grão, soja em grão e arroz em grão.
Na lista dos produtos industrializados do Brasil que irão receber o benefício fiscal, estão máquinas de preparação ou manufatura de comidas e bebidas, máquinas para material de impressão, máquinas para preparação de fibras têxteis, telefones e aparelhos celulares.
No caso das máquinas agrícolas, que atualmente tem tarifação de 2% a 5%, haverá redução para zero em sete anos. Outros itens que devem receber incentivos tarifários no futuro são carne de frango, autopeças, embalagens e cosméticos.
Uma parte do estudo feito pela Câmara Árabe aponta a oferta do Mercosul ao Egito, ou seja, produtos que terão suas tarifas reduzidas pelo bloco sul-americano e que representam oportunidades aos exportadores egípcios, com destaque para equipamentos médicos e farmacêuticos, móveis de madeira, aparelhos de ar condicionado e vidros planos.
Os aparelhos de ar condicionado, por exemplo, que hoje têm três níveis de tarifação – 14%, 18% e 20% -, terão a taxa zerada em nove anos. Os móveis de madeira, que hoje têm tarifa de 18%, terão o imposto zerado também em nove anos.
“[O levantamento] é muito importante, porque a assinatura do acordo já foi feita, só faltando a aprovação dos parlamentos de cada país. A meta é atingir em três anos um intercâmbio comercial de US$ 3 bilhões”, disse Alaby. No ano passado, a corrente comercial entre Brasil e Egito foi de pouco mais de US$ 1,5 bilhão, sendo que o Brasil exportou US$ 1,443 bilhão e importou US$ 87 milhões.
De acordo com Alaby, o bloco dos países árabes constitui um dos maiores importadores de alimentos do mundo e o Egito é uma porta de entrada estratégica para esses mercados.
Ele lembrou que, ainda este ano, a Câmara Árabe vai participar da feira Mactech, de ferramentas e máquinas industriais, que ocorre no Cairo, capital egípcia.
Confira a lista completa de produtos com suas respectivas categorias e prazos para redução tarifária no link http://www.mdic.gov.br//sitio/interna/interna.php?area=5&menu=2716&refr=405