São Paulo – A Câmara de Comércio Árabe Brasileira vai levar oito empresas para participar da Big 5, a maior feira de construção do Oriente Médio, que começa nesta segunda-feira (21) em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e vai até quinta-feira (24).
As indústrias que estarão presentes no estande da entidade são a Tramontina, de pias e cubas; Pincéis Atlas; Cipatex, de membranas impermeabilizantes; Delta Porcelanato, Embramaco e Itagres, de pisos e revestimentos cerâmicos; e Marbrasa e Imetame, de mármores e granitos.
A Delta Porcelanato vai expor pela primeira vez no evento. A ida à feira está relacionada à retomada das exportações pela empresa. “Já faz um ano e meio que voltamos a exportar e os produtos que temos são adequados ao mercado árabe. Queremos apresentar a marca e os produtos na Big 5”, afirma Geraldo Costa, gerente de Exportação.
Ele conta que a empresa produz pisos para uso residencial e comercial. Para a Big 5, a Delta irá levar produtos voltados aos segmentos “premium” e médio. A indústria ainda não exporta aos árabes, mas aposta naquele mercado para aumentar seus embarques ao exterior. “O Oriente Médio está valendo mais a pena que a Europa e a América do Norte. Lá, há menos concorrência”, diz Costa.
A Cipatex também participa pela primeira vez como expositora na Big 5. A indústria produz geomembranas de PVC, material usado como impermeabilizante para diferentes usos.
“Os usos mais comuns são em reservatórios de água potável e condomínios e escolas; reservatórios de peixes; revestimentos de túneis, para que não haja gotejamento quando chove. Também é usada em cobertura de tetos; impermeabilização durante o processo de extração de minérios, fechamentos de aterros sanitários, além de impermeabilização do solo perto de tanques de petróleo, para que não contamine o solo em caso de derrame. É um material resistente a hidrocarbonetos”, explica Aureovaldo Casari, gerente de Vendas.
Atualmente, a empresa exporta para Austrália, Chile, Bolívia e Argentina. Ao decidir expandir as vendas externas, o Oriente Médio entrou no radar da Cipatex. Casari acredita que o produto de sua indústria possa ter uma boa inserção no mercado árabe, já que é diferente dos impermeabilizantes usados lá.
“Nos países árabes usa-se muito o polietileno, que é um produto mais rígido. O PVC é um produto mais flexível e mais fácil para se instalar. Ele também tem um custo de instalação menor e seu reparo é mais simples. O estanqueamento (capacidade de retenção de água) é muito maior”, aponta o gerente. A intenção da indústria na feira é encontrar um distribuidor na região.
Com participação em duas edições anteriores, a Pincéis Atlas retorna à Big 5 após cinco anos fora do evento. “Fizemos mudanças nas linhas e percebemos que com algumas mudanças e adaptações ficamos mais competitivos para aquela região”, destaca César Vinicius Costa, gerente de Exportação da indústria. Segundo ele, a marca agora está produzindo pincéis com embalagens em árabe, fato que deve dar mais competitividade aos produtos da Atlas no Oriente Médio.
Hoje, a empresa exporta com frequência para clientes no Líbano e no Kuwait e faz vendas esporádicas para Arábia Saudita e Egito. “A ideia [na feira] é conseguir novos distribuidores em países onde não estamos ou para onde a venda não é tão frequente”, ressalta o executivo.
Mais espaço
Para ajudar as empresas a maximizar suas oportunidades de negócios na Big 5, a Câmara Árabe aumentou seu espaço no evento. “O estande é bem maior do que o que tivemos ano passado, permitindo que as empresas possam ter escritórios privados para suas reuniões”, destaca Michel Alaby, diretor-geral da Câmara Árabe.
Segundo ele, o mercado de construção do Oriente Médio continua muito forte. “Nos Emirados, você vai ter a Expo 2020, no Catar, a Copa de 2022, e a Arábia Saudita tem seu plano de visão até 2030 em que eles querem construir diferentes cidades para descentralizar a população de Riad”, aponta o executivo.
Ele sugere que as empresas fiquem de olho nas tendências internacionais do mercado de construção. “Acho que elas deveriam visitar alguns estandes de [outros] países para verificar a concorrência e as novas tecnologias e inovações que estão sendo utilizadas no setor de construção”, conclui.