Marina Sarruf
São Paulo – A Câmara de Comércio Árabe Brasileira vai participar pela primeira vez da Project Jordan, feira do setor de material de construção que será realizada entre os dias 06 e 10 de novembro em Amã, capital da Jordânia. "É importante participar de uma feira dessas para sentir o mercado local e fazer contatos", afirmou o secretário-geral da entidade, Michel Alaby, que vai participar do evento.
A Câmara terá um estande institucional na feira, com espaço de 36 metros quadrados. Além de Alaby, o diretor da Câmara Árabe, Mustapha Abdouni, também vai participar da Project Jordan. Segundo Alaby, a Jordânia tem grandes projetos de construção e é uma porta de entrada para outros países do Oriente Médio.
"Os maiores empresários do Iraque também se encontram na Jordânia", afirmou Abdouni, lembrando que o Iraque está em fase de reconstrução e é uma oportunidade para as empresas brasileiras desse setor entrarem no mercado. Segundo informações do site da feira, cerca de um milhão de iraquianos vivem na Jordânia, sendo que muitos são empresários que mantêm negócios fora do país.
Além de participar da feira, os representantes da Câmara Árabe vão se encontrar com representantes da Federação das Câmaras de Comércio da Jordânia, da Câmara de Comércio e Indústria de Amã, da Federação dos Empresários Árabes e da Embaixada do Brasil em Amã.
De acordo com Alaby, a Câmara Árabe também está convidando representantes de empresas brasileiras presentes na Jordânia para usar o estande na feira. "Muitas empresas brasileiras têm negócios na Jordânia, como a Agrale e a Tramontina, por exemplo", disse. Em setembro deste ano, a Agrale, fabricante de tratores, veículos, motores e utilitários, exportou 40 chassis de ônibus para a Jordânia. As unidades foram montadas no país árabe e receberam carrocerias da Elba, uma das maiores empresas do setor na região.
Alaby, que antes de ir para Jordânia vai participar de uma missão de empresas catarinenses do setor de construção a três países do Golfo Arábico, pretende levar os catálogos dessas companhias para a Project Jordan. Além de material de construção, a feira contará com empresas fabricantes de ar condicionado, ventiladores, equipamentos de segurança, refrigeradores para hotéis e restaurantes, filtros para água, equipamentos para piscina, entre outras.
Projetos
De acordo com informações do site da feira, os projetos de construção na Jordânia somam mais de US$ 6 bilhões. O governo jordaniano também tem planos de melhorar a infra-estrutura do país e investir em projetos de oleodutos.
Segundo estimativas do Banco Mundial, a economia do país árabe deve crescer 6% este ano, principalmente pelo aumento dos investimentos externos, o crescimento das exportações e do setor de turismo. O Produto Interno Bruto (PIB) da Jordânia ficou em US$ 12,6 bilhões no ano passado.
As principais atividades industriais do país árabe estão voltadas para os setores químico, de mineração, cosméticos e têxteis. Segundo informações da Câmara Árabe, a Jordânia é o segundo maior exportador de fosfato no mundo e possui muitas reservas de minério, petróleo e gás.
As exportações brasileiras para o país árabe somaram US$ 65,37 milhões de janeiro a setembro deste ano, contra US$ 77,38 milhões no mesmo período do ano passado. Chapas de alumínio, chassis com motor, carnes de frango e bovina, açúcar, café e papel cartão foram os principais produtos embarcados para lá.
Já as importações brasileiras da Jordânia aumentaram em mais de 100%, saindo de US$ 1,25 milhão para US$ 3,53 milhões nos primeiros nove meses do ano. Os principais produtos comprados do país árabe foram resíduos de alumínio, fertilizantes, nitrato e cloreto de potássio e aparelhos de ar condicionado.
