No dia em que a oposição egípcia reuniu milhares de pessoas na praça Tahir, pedindo a saída do presidente Hosni Mubarak, a Câmara de Comércio Árabe Brasileira divulgou balanço que aponta o aumento nas exportações brasileiras para os países árabes em 2010 e pediu ajuda dos jornalistas para estreitar o relacionamento entre empresários árabes e brasileiros.
A Câmara de Comércio Árabe Brasileira aponta que ter investido em ferramentas de comunicação contribuiu para os resultados positivos da relação entre países. Ela comemora sete anos de criação da Agência de Noticias Brasil – Árabe (ANBA), criada em 2003 para disseminar informações sobre o meio empresarial entre Brasil e países Árabes. A agência funciona 24 horas por dia, de domingo a sexta-feira e é focada em informações sobre o Brasil e 22 países árabes.
A ANBA tem como objetivo facilitar as relações de negócios entre árabes e brasileiros, em edição bilíngüe, português e inglês. Já ganhou nove prêmios de jornalismo e conta atualmente com cerca de 500 mil acessos mensais, e correspondentes no Egito. Além das parcerias com a Agence Tunis Afrique Presse, Algérie Presse Service, Emirates News Agency, Kuwait News Agency, Maghreb Arabe Presse, Syrian Arab News Agency e Yemen News Agency.
Além da ANBA a Câmara Árabe também investiu em televisão e inclusive ganhou o Premio Aberje 2010 na categoria mídias pequenas e médias empresas pelo programa Câmara Árabe TV, além da publicação bimestral Câmara Árabe em revista.
De acordo com a Câmara as exportações brasileiras para os países árabes totalizaram US$12,57 bilhões em 2010, crescimento de 34% em relação a 2009. O presidente da Câmara, Salim Taufic Schahin, acredita que "esses números representam um cenário de otimismo considerando que vários países estão se recuperando da crise global".
Schahin apontou que ainda não é possível mensurar os efeitos dos protestos do Egito com as relações entre empresas brasileiras, até porque há dias a bolsa e instituições financeiras estão fechadas. Ele reforçou que com o trabalho do governo Lula foi possível melhorar as relações com os países árabes e que a tendência é de crescimento. Salim destacou que o mundo árabe tem influencia importante na cultura mundial e considerou a possibilidade criar no Brasil a Casa de Cultura Árabe.