São Paulo – Uma reunião entre lideranças da Câmara de Comércio Árabe Brasileira e o novo ministro de Relações Exteriores do Brasil, Luiz Aberto Figueiredo Machado, selou a continuidade da parceria entre a entidade e o ministério. Machado assumiu o posto de chanceler brasileiro em agosto deste ano e recebeu, nesta quarta-feira (23), em Brasília, o presidente da Câmara Árabe, Marcelo Sallum, o diretor geral, Michel Alaby, o diretor Sylvio Wagih Abdalla Júnior e o ex-embaixador da Jordânia e assessor da presidência da entidade, Ramez Goussous.
No encontro, o ministro se mostrou disposto a seguir trabalhando com a entidade pelo reforço dos laços entre o Brasil e os países árabes. “Ele se mostrou muito aberto”, afirmou Alaby. O chanceler deverá fazer uma visita à sede da instituição, em São Paulo, e usar a Câmara Árabe como ponto de encontro com representantes da comunidade árabe no País. Ele também deverá promover um encontro com os embaixadores árabes em Brasília. Sallum pediu a Machado apoio a países árabes que passam por problemas políticos.
Os líderes da Câmara Árabe propuseram a Machado a realização de uma missão ao Marrocos e à Argélia, no início do próximo ano, e falaram sobre a Semana Árabe, que será promovida em Brasília, entre 29 de novembro e 01 de dezembro, que terá um seminário com organização da Conselho dos Embaixadores Árabes em Brasília, da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Câmara Árabe. A reunião foi acompanhada pelo ministro Rodrigo de Azeredo Santos, diretor do Departamento de Promoção Comercial e Investimentos do Itamaraty, e pelo ministro Carlos Martins Ceglia, diretor do Departamento de Oriente Médio. Também houve encontro em separado com Santos.
O grupo esteve ainda com o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), com o deputado Ricardo Izar (PSD-SP) e o deputado Ângelo Agnolin (PDT-TO). Os líderes da Câmara Árabe falaram sobre uma série de temas com os três políticos. Ao deputado Alves eles pediram a aprovação pela Câmara de Deputados de acordos do Mercosul com o Egito e a Palestina, que estão pendentes, e falaram sobre as negociações para um tratado de comércio entre o Mercosul com Marrocos, Jordânia e Conselho de Cooperação do Golfo, que estão paradas.
Também, de acordo com Alaby, foi abordada a necessidade de um acordo para promoção e proteção recíproca de investimentos entre o Brasil e os países árabes. “Para proteger os investimentos brasileiros no exterior e os investimentos árabes aqui”, afirmou Alaby. Outro tema discutido foi a necessidade de um tratado para fim da bitributação de operações empresariais, como Imposto de Renda sobre os lucros, entre outros. O Brasil, segundo Alaby, já tem acordo para evitar isso com uma série de outros países, entre eles a Turquia.
O deputado Ângelo Agnolin deve participar do seminário que será promovido pela Câmara Árabe em Dubai, em novembro, antes da feira do setor de construção, a Big 5. Ele também deve visitar a própria mostra, da qual participarão empresas brasileiras. Alguns dos assuntos tratados com os deputados também foram abordados no Ministério de Relações Exteriores.


