Alexandre Rocha
São Paulo – Algodão egípcio é sinônimo de qualidade. E para mostrar essa qualidade a Câmara de Comércio Árabe Brasileira (CCAB) vai promover entre os dias 28 e 30 deste mês uma exposição do algodão egípcio, na sede da entidade em São Paulo. O evento tem o apoio do escritório comercial do Egito em São Paulo e da Lotas, empresa de comércio exterior que atua no Brasil e no país árabe.
"O algodão egípcio é reconhecidamente o melhor do mundo e é utilizado pelas principais grifes", disse o presidente da CCAB, Antonio Sarkis Jr. "E o Brasil tem um mercado consumidor de mercadorias de alto padrão, no qual este produto se encaixa bem", acrescentou.
Mas, afinal, qual é a diferença do algodão egípcio em relação aos demais? O diretor-geral da Lotas, Abdel Wahab Mansur, explica que o produto do país árabe é de fibra longa ou extralonga, ao contrário do encontrado no Brasil, por exemplo, que produz basicamente algodão de fibra média ou curta. A variedade Giza cultivada no Egito permite a fabricação de fios mais finos "que podem chegar até a espessura de um fio de cabelo", diz Mansur, e que resultam na confecção de tecidos mais macios, livres de aspereza e, portanto, mais agradáveis ao toque da pele.
São famosas as camisas sociais feitas com esta matéria-prima, que nos Estados Unidos, segundo Mansur, chegam a custar entre US$ 250 e US$ 300 a unidade, além das roupas de cama. "O algodão egípcio resulta em um produto mais fino, tanto em termos de espessura, quanto em termos de nobreza", afirmou o empresário. Para ele, o uso do algodão egípcio pode ajudar inclusive nas exportações de produtos têxteis brasileiros.
O cônsul comercial do Egito em São Paulo, Mohamad Brakry Agami, explica porque o Egito consegue produzir um algodão de alta qualidade: "É a conjunção de três fatores: o tipo do algodão, a terra e a água do Nilo. Se você trouxer a mesma semente para plantar no Brasil não será a mesma coisa." Ele acrescentou que a região do Delta do Nilo, no norte do país, onde está concentrada a produção agrícola, tem clima moderado ao longo do ano inteiro, "o que é perfeito para a cultura do algodão".
Relevância social
Mais do que um produto diferenciado, o algodão no Egito tem uma grande relevância social. Conforme a ANBA informou em uma série de reportagens especiais sobre a economia egípcia publicada em maio, o algodão responde por 12% do setor agrícola do país e é a primeira cultura de exportação. A agricultura emprega 40% da força de trabalho do Egito. A indústria têxtil, por sua vez, emprega 1,2 milhão de pessoas no país.
Na exposição que será realizada no Espaço Câmara Árabe, local de eventos da CCAB, os empresários brasileiros poderão ver todos os produtos da cadeia, desde o algodão em pluma, passando pelos fios, tecidos e até produtos acabados, como camisas, lençóis, tolhas e roupões. A idéia é atrair representantes da indústria têxtil, de confecções e também o comerciante interessado em comprar produtos acabados.
Além de ver e tocar as mercadorias, os interessados poderão também encaminhar negócios. "A idéia é mostrar os produtos e também realizar negócios", disse o secretário-geral da CCAB, Michel Alaby. É que a Lotas representa várias empresas egípcias do setor, sendo oito estatais e sete privadas. Agami acrescentou, no entanto, que outras companhias também vão enviar amostras e que o escritório comercial do Egito vai viabilizar os contatos, caso haja interesse.
Marca
Além de incentivar as vendas, um outro objetivo do evento é promover o uso da marca "Egyptian Cotton", criada pelo governo egípcio para identificar produtos feitos com 100% de algodão do país árabe. Incluir o logotipo na etiqueta significa dar chancela oficial à qualidade do produto. Segundo Agami, já foi feita ampla divulgação da marca em mercados como o dos Estados Unidos e da Europa.
Contato
Câmara de Comércio Árabe Brasileira
Setor de Marketing
Tel: +55 (11) 3283-4066
e-mail: marketing@ccab.org.br
site: www.ccab.org.br