São Paulo – A Câmara de Comércio Árabe Brasileira promoveu nesta sexta-feira (30), em São Paulo, uma reunião com entidades semelhantes de outros países e embaixadores do Oriente Médio e Norte da África, com o objetivo de trocar experiências. O presidente da Câmara Árabe, Salim Taufic Schahin, falou sobre o trabalho da instituição que dirige e pediu que os outros participantes partilhassem suas impressões.
Amin Salam, vice-presidente da Câmara de Comércio Nacional Estados Unidos-Árabe (Nusacc, na sigla em inglês), disse que frente à Primavera Árabe, que trouxe à tona as ansiedades das sociedades da região, a entidade criou um programa para jovens árabes que estudam nos EUA e tem incentivado as empresas norte-americanas que atuam no Oriente Médio e Norte da África investir em "responsabilidade social corporativa", principalmente em áreas como educação e saúde. "Uma mão só não bate palmas", declarou.
Representante da Câmara de Comércio Árabe-Alemã, Suliman Al-Sayyari, afirmou que a organização promove aulas sobre o ambiente de negócios nos países árabes. Ele disse ainda que se interessou por ações apoiadas pela Câmara Árabe Brasileira fora da área econômica, como o intercâmbio de médicos estrangeiros com o Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo.
Edmond Jreissati, representante da União Geral das Câmaras de Comércio, Indústria e Agricultura dos Países Árabes, destacou que conta com a participação de empresas brasileiras nos investimentos necessários nas nações da região, especialmente após a Primavera Árabe, e a cooperação do Brasil na busca por segurança alimentar.
"O Brasil, com seus recursos naturais, pode ajudar os árabes a acabar com tal crise, inclusive com transferência de tecnologia", ressaltou Jreissati. O abastecimento de alimentos é uma das principais preocupações da região. "Existem muitos setores que requerem a cooperação entre árabes e brasileiros", acrescentou.
Diretora da União Geral, Hoda Kachtan, informou que a organização que reúne as câmaras árabes de comércio vai promover uma série de eventos de grande porte em 2013 e que aguarda a participação de todos. Ela citou a Cúpula Econômica Árabe, em janeiro, na Arábia Saudita; um congresso de empresários e investidores árabes em Alexandria, no Egito; o encontro anual das câmaras, no Catar; e um fórum sobre segurança alimentar, no Sudão.
Os diplomatas, por sua vez, sugeriram uma série de ações para fortalecer as relações comerciais do Brasil com os países árabes. O embaixador do Catar, Mohammed Alhayki, destacou a importância da negociação de acordos para evitar a dupla tributação do imposto de renda nas relações internacionais, no que foi acompanhado por vários de seus colegas. A assinatura de tratados do gênero é uma das demandas que a Câmara Árabe tem discutido com o governo brasileiro.
Schahin, por sua vez, pediu aos embaixadores apoio na atração de investimentos árabes ao Brasil. "Eu faço um apelo aos embaixadores, que [os países árabes] tenham o Brasil em seu radar, que invistam no Brasil", destacou.
A reunião ocorreu um dia após a festa de 60 anos da Câmara Árabe. Estavam presentes também os embaixadores Abd Elghani Elkarim (Sudão), Yousef Abdulsamad (Kuwait), Djamel Bennaoum (Argélia), Khalid Al Jaradi (Omã), Hossameldin Zaki (Egito) e Bachar Yaghi (Liga Árabe), além do secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe-Argentina, Sattam Kaddour, e da diretora da Câmara de Comércio Árabe-Francesa, Neirouz Fahed.
O diretor geral da Câmara Árabe Brasileira, Michel Alaby, aproveitou para fazer um balanço das principais atividades da entidade nos últimos dez anos. Participaram ainda os vice-presidentes da organização Marcelo Sallum (Administrativo) e Rubens Hannun (Marketing), o diretor Mustafá Abdouni e a diretora operacional Andréa Monteiro Uhlmann.

