São Paulo – Representantes de federações das indústrias do sul do Brasil e de câmaras internacionais de comércio discutiram na terça-feira (16) alternativas ao tarifaço dos Estados Unidos. As câmaras trabalham pelo comércio do Brasil com os países que representam e o fornecimento de produtos a esses mercados pode ser uma das saídas para escoar mercadorias agora sem chances de concorrer no mercado estadunidense, que impôs tarifas de 50% para grande parte da exportação brasileira.
O vice-presidente de Relações Internacionais e secretário-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Mohamad Orra Mourad, participou do 3º Encontro de Câmaras de Comércio do Sul, iniciativa da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) e Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), que ocorreu na Fiesc, em Florianópolis.

Além de apresentar a história da Câmara Árabe, sua missão, atividades e formas de atuar, Mourad mostrou no encontro os dados do comércio do Brasil com os 22 países árabes e contou do estudo que a instituição elaborou sobre o tarifaço. O levantamento, que aponta que países árabes podem ser destino de parte dos produtos afetados pelo aumento das tarifas dos Estados Unidos, foi divulgado assim que as taxas entraram em vigor e entregue para os ministérios da Agricultura e Pecuária e das Relações Exteriores.
Apesar do foco do encontro ser comércio e investimentos em geral, a preocupação da indústria com a exportação levou os presentes no encontro a explorarem o assunto das tarifas. Segundo noticiou o site da Fiesc, o presidente da federação, Gilberto Seleme, disse que com o tarifaço o comércio internacional vive um momento atípico e as câmaras estão sendo chamadas a colaborar. “Boa parte do que produzimos precisamos exportar, mas, para isso, são necessários parceiros comerciais, tecnologia e competitividade porque nesse mundo globalizado a concorrência é muito grande”, afirmou Seleme, segundo a Fiesc.
Segundo a federação catarinense, participaram representantes de cerca de 30 câmaras bilaterais, entre elas Argentina, Japão, Canadá, Uruguai, Itália, Portugal, Alemanha, China, além das câmaras voltadas aos mercados árabe e africano. Os participantes pelas câmaras tiveram oportunidade de falar e contar como estão trabalhando para amenizar o impacto do tarifaço junto às empresas exportadoras brasileiras.
Também estiveram presentes, entre outros, a presidente da Câmara de Comércio Exterior da Fiesc, Maria Teresa Bustamante, a executiva do Conselho de Comércio Exterior (Concex) da Fiergs, Thaísa Lunelli Rodrigues, o gerente de Relações Internacionais da Fiep, Higor de Menezes, o secretário adjunto de Articulação Internacional e Projetos Estratégicos do estado de Santa Catarina, Emerson Luis Pereira, e o vice-presidente da Federação das Câmaras de Comércio Exterior (FCCE), Arno Gleisner.
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