Débora Rubin
São Paulo – Uma pequena fábrica de camisetas de Belém quer provar que o estado do Pará também faz roupa de qualidade e, por que não, tipo exportação. A Via Terra, empresa criada há dez anos para a confecção de uniformes, está há mais de um ano investindo também em camisetas masculinas, 100% algodão, com o intuito de ganhar o mercado nacional e o gosto do freguês europeu e árabe. Segundo Bruno Vieira, diretor da empresa, são esses os dois mercados mais promissores para seu tipo de produto.
Fabricar roupa no norte do país não é tarefa fácil. Vieira conta que toda a matéria-prima usada tanto na fabricação de uniformes quanto na de camisetas é "importada" de Belo Horizonte, Minas Gerais. "Só existe uma malharia aqui no Pará, mas a qualidade não é tão boa", explica. Confeccionar camisetas masculinas em uma terra sem tradição têxtil exige não só logística mas também espírito empreendedor. Antes mesmo de expandir sua produção para fora da cidade, Vieira já pensa em atravessar o oceano. "Estou estudando o mercado de exportação ainda. Mas já falei com tradings e entrei em contato com importadores canadenses", conta o diretor da Via Terra.
Por enquanto, a produção de camisetas é de 10 mil peças por mês, quantidade que o próprio público de Belém absorve. "Hoje, nossas camisetas são vendidas nas principais lojas da capital. Mas como há também muitos revendedores que compram nossas peças, a Via Terra acaba sendo vendida por todo o Estado". O objetivo é dobrar a produção dentro de seis meses.
A empresa decidiu investir em moda masculina para diversificar a produção. Afinal, uniforme escolar é um produto sazonal – grandes vendas no final e no começo do ano e baixa procura nos demais meses. A produção anual, para se ter uma idéia, é de 40 mil peças. Ao todo, 20 funcionários trabalham na confecção.
Qualidade e grife
As camisetas da Via Terra são exclusivamente para o público masculino, infantil e adulto. São peças coloridas, estampadas e joviais. "Estamos sempre de olho no que se usa nas novelas, no que as grandes fabricantes estão fazendo e no que se usa no sul do país no geral", conta o diretor da empresa. O público alvo são as classes média e baixa. Para se ter uma idéia, a unidade sai por R$ 8,50 em compras a partir de cinco mil peças.
Superada a primeira etapa, de investimentos em equipamentos especiais para camisaria, a Via Terra agora pensa em investir em divulgação. Por enquanto, o marketing da empresa é o velho e bom boca a boca. "Qualidade nós já temos. Agora precisamos investir na imagem da marca", conta Bruno Vieira.
Via Terra
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