São Paulo – O vestido branco foi escolhido há meses, com todo o capricho. As flores da decoração e o cardápio a ser servido também. Sempre ocasiões especiais, as cerimônias de casamento ganham aquele toque que faltava na medida em que são personalizadas, ou seja, organizadas com a cara e o jeito dos noivos. Entre os casais de origem árabe, esse charme envolve, entre outros pontos, surpresas como a apresentação de grupos de dança e música das arábias, por exemplo.
Foi assim na celebração das bodas da gerente de produção Tatiana Faraone Najar Sarruf com o marido, Pierre, em maio de 2009, em Campinas, São Paulo. O que ela não esperava, no entanto, era que a festa fosse ficar tão animada com a chegada dos dois na companhia de um grupo de dança árabe na recepção.
“Primeiro entrou o grupo, depois eu e Pierre dançando”, lembra Tatiana. “Todo mundo adorou. Logo os convidados fizeram a roda do dabke e vierem nos acompanhar”, conta. O dabke é uma dança folclórica árabe que, segundo Tatiana, deu outra vida à comemoração. “Nos deixamos levar e a música fez o resto”, diz.
Além das melodias que remeteram à ascendência síria dos noivos, a festança teve ainda canapés com quibe e coalhada, além de doces com pistache para dar aquele gostinho de Oriente Médio.
Muçulmana de origem libanesa como o marido, Ahmad, a assistente jurídica Lilian Abdallah também fez questão de casar no melhor estilo das arábias, em fevereiro do ano passado, em São Paulo. E com direito a dabke, dança do ventre e surpresas mil durante a comemoração.
“Ahmad pediu para a banda parar e dedicou a mim uma canção do Líbano que fala sobre casamento, sobre duas pessoas que vão passar o resto da vida juntas”, conta. A animação e a declaração de amor foram aprovadas pelos convidados que, conforme Lilian, “gostaram e acharam tudo super diferente”.
A assessora de eventos e cerimonialista Fernanda Pradella, da Della Eventos, sabe bem como cerimônias assim emocionam parentes e amigos. Em janeiro de 2010, ela organizou um casamento com referências árabes em São Bernardo do Campo, em São Paulo.
“Num dado momento da festa, fizemos um dabke”, conta Fernanda. “A pista bombou, todo mundo se sentiu em casa”, lembra. “Os casais não devem deixar de lado a sua identidade, as origens precisam ser respeitadas”, explica. De acordo com ela, dar um toque pessoal assim na cerimônia é “um charme e um carinho com a família”.
Por falar em carinho, a organizadora de casamentos e diretora da Sylvia Queiroz Organização de Casamentos e Recepções, Sylvia Queiroz, diz ter muita vontade de ajudar a coordenar um matrimônio à moda árabe, bem tradicional. Mas lembra de vários eventos do tipo que se tornaram ainda mais bonitos exatamente pelas referências familiares.
“Certa vez, como a noiva era de origem japonesa, colocamos bonequinhos representando alguns parentes na mesa de doces, todos debaixo de cerejeiras feitas de biscuit”, conta Sylvia. “Foi uma forma de homenagear os pais dela.” Segundo Sylvia, trazer à tona a história dos noivos é a melhor forma de diferenciar uma festa de casamento. E de acrescentar ainda mais amor à mais romântica das cerimônias.