São Paulo – A empresa brasileira MVC vai exportar 1.200 casas para a Alemanha que servirão de moradia para refugiados sírios. A empresa enviou nesta segunda-feira (16) por via área a primeira casa ao país europeu, de acordo com o diretor-geral da empresa, Gilmar Lima. As residências terão 71 metros quadrados e dois quartos, serão enviadas em módulos para serem posteriormente montadas, e ficarão em várias regiões fronteiriças da Alemanha.
Quem vai importar as casas é um consórcio de companhias alemãs, que as venderão ao governo e a empresas privadas para doação aos refugiados. As residências são fabricadas com uma tecnologia chamada Wall System, em estrutura metálica e painel sanduíche de lâminas de compósito, reforçados com fibra de vidro e núcleo especiais que garantem o desempenho térmico, acústico e resistência ao fogo. Elas são adequadas para altas e baixas temperaturas.
“Temos famílias morando há 12 anos nas nossas casas sem nenhum problema. Temos escolas em Angola com mais de oito anos”, afirma Lima sobre o desempenho e aceitação do produto como moradia. Ele afirma que a casa não é para moradia temporária e é feita com materiais nobres. Desde que começou a atuar na área, a MVC já comercializou 250 mil metros quadrados, dos quais 50 mil metros quadrados no exterior. Além de casas, a empresa produz escolas, creches e postos de saúde, entre outros, com a tecnologia.
A primeira casa enviada para a Alemanha servirá para teste e treinamento da equipe que as montará no país europeu. Apesar de ter sido toda projetada segundo a legislação alemã, Lima afirma que serão feitos ajustes a partir desta primeira unidade, caso solicitado. Depois disso seguirá um lote de 40 casas, depois de 50 e assim sucessivamente, até que sejam enviados 100 kits ao mês e atingidas 1.200 unidades até o final do ano que vem.
Mas a MVC acredita no sucesso do projeto e já se prepara para entregar 400 casas mensais, a partir de maio de 2016 se a demanda vier. A capacidade da empresa é de mais de 10 mil casas e entre 1 mil e 1,2 mil escolas por ano, de acordo com o diretor-geral. A companhia se voltou para a demanda internacional em função do momento econômico difícil do mercado interno e já está negociando com Índia, Argentina, Uruguai e Paraguai, além de ter conversas com países do Caribe e da África. Lima afirma que muitos países árabes também os interessam.
A atuação da MVC na área começou com testes na região sul do Brasil, em Caxias do Sul, uma cidade na qual faz muito frio, mas também muito calor, há ventos e chuvas fortes. Inicialmente foram acompanhadas três famílias morando nas casas. Mas como a empresa sabia que teria alguma resistência ao produto, por ser diferente das opções tradicionais, foi buscar mercado no exterior e vendeu para Angola, Moçambique, Venezuela e Caribe. Em Moçambique foram feitas até dez agências bancárias com a tecnologia.
A desvalorização do dólar, porém, inviabilizou a competitividade do produto para a exportação e a MVC investiu no mercado interno. Chegou a fazer postos de atendimento da companhia aérea Gol nos aeroportos, fez 74 escolas em Alagoas. E agora, com o dólar valorizado, a empresa conseguirá novamente atender o exterior. “Se o dólar passa de R$ 3 somos extremamente competitivos”, afirma Gilmar Lima.
A empresa se preparou para vender para o mercado brasileiro, mas vai aproveitar esse potencial para direcionar ao exterior. Lima relata que no País está atendendo projetos de construção civil cujos negócios já foram fechados, mas que o nível de inadimplência aumentou muito e o mercado está com dificuldades de pagamento.
O negócio na Alemanha surgiu por indicação de um executivo que já conhecia o produto da MCV. O Kit exportado inclui todas as necessidades de uma casa, desde paredes até hidráulica, portas, janelas e forro, entre outros itens. As casas ou escolas da MVC são vendidas para projetos e tanto podem ser instaladas por construtoras parceiras como pela própria empresa. Elas ainda não estão no varejo para compra direta do consumidor final.
A MVC Building, que faz as casas, é uma unidade da MVC Soluções em Plásticos, que pertence às empresas Marcopolo e Artecola. Além da Building, a companhia tem outras unidades de negócios voltadas para setores como automotivo, energia eólica e de agronegócio. As casas são fabricadas nas unidades da empresa na cidade gaúcha de Caxias do Sul, na paranaense São José dos Pinhais e na alagoana Maceió. Mas a MVC também tem produção em Catalão e Itumbiara, no estado de Goiás, Sete Lagoas, em Minas Gerais, e Camaçari, na Bahia.
MCV Soluções Plásticas
Telefone: +55 (41) 2141 3200
Site: http://www.mvcplasticos.com.br/


