São Paulo – A castanha de cumbaru, árvore nativa do cerrado brasileiro, pode ser consumida torrada ou na forma de paçoca, bombons, biscoitos ou misturada na rapadura. A farinha, feita da casca do fruto, também possui propriedades nutricionais. A versatilidade e riqueza do cumbaru chamou a atenção da Cooperativa Mista dos Produtores Rurais de Poconé (Comprup), que há dois anos estimula seus associados a se dedicarem à atividade, que garantiu renda extra para muitas famílias de pequenos agricultores.
“Os associados estão divididos em dois grupos. A maior parte, umas 170 famílias, só recolhe os frutos nas fazendas da região e o restante quebra e retira a castanha”, explica Jair José de Almeida, presidente da Comprup. A indústria, instalada na sede da cooperativa, vende de 150 a 200 quilos de castanha de cumbaru torrada por semana.
De acordo com Almeida, o maior incentivo aos projetos agroextrativistas de geração de renda e preservação do meio ambiente está na expansão do mercado dos produtos a base de cumbaru. Hoje, a cooperativa já negocia a castanha em Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Goiás e São Paulo. “O fato de Poconé ser uma cidade turística e estar próxima ao Pantanal mato-grossense facilitou a possibilidade de comercialização desses produtos com outros estados”, explica Almeida. O próximo passo é chegar ao Brasil todo e, no futuro, conquistar também o mercado externo.
“Exportar ainda é apenas um sonho. Quando a cooperativa foi fundada, em 1994, eram apenas 20 associados. Hoje já são mais de 200. Ainda não sabemos se tem mercado para nosso produto lá fora, mas pelas características e valor nutritivo provavelmente terá”, observa. “Não temos pressa. Com um passo de cada vez queremos chegar longe”, destaca. “Estamos trabalhando num projeto que prevê a construção de um viveiro de plantas nativas que irá ajudar muito os produtores e aumentar a produção local. Mas tudo está vinculado a conseguirmos retorno financeiro”, completou.
Além de apoiar os associados, a Comprup também estimula projetos de exploração sustentável em áreas da reforma agrária e em comunidades tradicionais de Poconé. “Há cerca de um ano, os trabalhadores rurais da região organizaram um curso de capacitação de assentados para beneficiar a castanha. Já tem até uma associação que trabalha com esses produtos no município, a Associação Quilombola da Comunidade de Capão Verde”, conta o presidente.
A Comprup comercializa multimistura, castanha e farinha de cumbaru e produtos in natura como banana, abóbora, mandioca e verduras, também fornecidos pelos associados.
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