São Paulo – O Catar, que detém a terceira maior reserva de gás natural do mundo, firmou na semana passada um acordo com a Argentina para vender ao país sul-americano 5 milhões de toneladas do produto liquefeito (GNL) por ano durante 20 anos, segundo informações publicadas nesta quarta-feira (06) pelo o jornal The National, de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. O contrato representa 15% da demanda argentina de gás e segue acordos similares firmados pelo país árabe com o Reino Unido, Japão e outros grandes consumidores.
O acordo com a Argentina é o primeiro contrato de longo prazo da estatal Qatar Gas na América do Sul. Pelo convênio, o gás começará a ser fornecido em 2014 para um pólo de gás da empresa pública Energia Argentina Sociedad Anonima.
No início deste ano, o Reino Unido firmou com o Catar um contrato de 2 bilhões de libras esterlinas (US$ 3,2 bilhões) para o fornecimento de gás natural. Os britânicos estimam que, em 2025, 50% de sua energia será proveniente desta fonte.
A busca por clientes de longo prazo faz parte da estratégia do país árabe, cuja produção de gás deve alcançar 77 milhões de toneladas anuais até o final deste ano. "Se tiver um cliente de longo prazo, dá para arcar com os custos de produção”, disse Bhaskar Majumdar, analista do setor de energia da consultoria Frost & Sullivan em Bangalore, na Índia. "A indústria não trabalha com estocagem”, acrescentou ele, de acordo com o The National.
Transformar seu gás natural em GNL permite ao Catar enviar o produto a países distantes, sem a necessidade de construção de gasodutos. Em 2010, a nação árabe se transformou na maior produtora de GNL.
Segundo dados da Agência de Informações sobre Energia dos Estados Unidos, as exportações de GNL do Catar devem avançar, em média, 13,5% ao ano até 2015. A produção tem feito a economia do país crescer fortemente. A estimativa do Fundo Monetário Internacional (FMI) para este ano é de expansão econômica de 20%.
*Tradução de Mark Ament

