São Paulo – Quando criou um videogame com jogos educativo destinados a crianças, há cerca de cinco anos, o empresário Marlon Souza, atual diretor executivo da startup Playmove, de Blumenau (SC), nem imaginava que atrairia o interesse dos árabes tão rápido. Nas próximas semanas o primeiro contrato de exportação da PlayTable, uma espécie de mesa digital com atividades pedagógicas, deverá ser fechado – e há possibilidade do primeiro embarque ser para a Arábia Saudita.
Souza explicou que os planos de exportação foram adiantados um ou dois anos por causa da situação econômica do Brasil. “Inicialmente planejávamos começar a exportar para a América Latina, por isso começamos a traduzir o conteúdo para o espanhol. A Ásia e os demais mercados seriam explorados apenas em 2018”, disse o executivo.
Um convite para participar da Spielwarenmesse, uma feira de brinquedos em Nuremberg, na Alemanha, em fevereiro, contribuiu para acelerar os passos ao mercado externo. A curadoria do evento escolheu a PlayTable como um dos 30 produtos mais inovadores do setor no ano passado, dando à Playmove a oportunidade de mostrar sua mesa eletrônica a empresários de vários países.
Eles ficaram impressionados com o produto desenvolvido por Souza. Nas palavras do próprio, “é uma espécie de Playstation ou Xbox com jogos educativos para crianças de 3 a 10 anos”. Sobre uma estrutura de plástico em forma de mesa, é instalada uma tela touchscreen onde são reproduzidos os jogos educativos, que abordam temas como línguas, matemática, ciências e geografia. A ideia é que as crianças brinquem em grupos – até quatro podem jogar simultaneamente.
“Temos um corpo pedagógico que ajuda no desenvolvimento dos jogos. Buscamos desenvolver os processos cognitivos, a coordenação motora e a socialização das crianças”, conta o criador, que tem como foco a venda a espaços públicos, como parques, escolas e bibliotecas. “Também visamos hospitais e clínicas. Serve até como reforço escolar para as crianças internadas. Mas vendemos também para pessoas físicas”, explica.
Em 2014, a Playmove abriu o desenvolvimento de jogos para terceiros. Atualmente oferece cerca de 40 jogos, além de livros digitais que podem ser adquiridos em uma loja virtual administrada pela própria companhia, que faz a curadoria e dá a licença para a comercialização. Assim, garante a qualidade no conteúdo.
Com os olhos voltados ao mercado externo, começaram as traduções. Muitos dos jogos já possuem versões em inglês e espanhol, mas outras línguas estão na mira. “Inclusive o árabe”, conta Souza. “Empresários da Arábia Saudita nos visitaram em Nuremberg e gostaram do produto. Estamos com negociação avançada, podemos fechar nas próximas semanas. Inclusive abrimos uma representação em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, para atender a região.”
Os primeiros embarques deverão ser para escolas bilingue, onde o conteúdo em inglês pode ser aproveitado. Segundo o diretor executivo, a ideia é exportar toda a mesa, que é fabricada em Blumenau (SC), sede da empresa – que tem como sócio Jean Gonçalves, diretor comercial.
Desde o início da história da PlayTable mais de 2 mil unidades foram vendidas. Após um forte crescimento até 2015, a companhia experimentou no ano passado um empate nas receitas. Até por isso voltou seus esforços para o mercado externo, com o qual Souza projeta, em 2017, voltar a crescer em faturamento.
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