São Paulo – A Embaixada do Brasil em Beirute criou a Cátedra do Brasil no Líbano para promover a pesquisa científica e a troca cultural entre as comunidades educacionais e acadêmicas dos dois países. O primeiro intercâmbio foi realizado no começo do mês, quando a professora de História Árabe Contemporânea e diretora do Centro de Estudos Palestinos da Universidade de São Paulo (USP), Arlene Clemesha, apresentou a palestra “Diáspora do Oriente Médio na América do Sul”, na Universidade Espírito Santo de Kaslik (USEK) em uma agenda de reuniões.

À ANBA, o chefe do Setor Cultural e de Imprensa da Embaixada do Brasil no Líbano, Pablo Romero, afirmou que o projeto deverá promover missões anuais de acadêmicos brasileiros ao Líbano, ocasiões em que eles farão atividades em centros de pesquisa e instituições de Ensino Superior. Esta ação, afirmou, está inserida no Programa de Diplomacia Cultural e conta com recursos aprovados pelo Instituto Guimarães Rosa do Ministério das Relações Exteriores.
“A iniciativa cria um espaço para o estabelecimento de redes de pesquisa, o desenvolvimento de projetos de cooperação conjunta, o reforço da mobilidade acadêmica e, sobretudo, para familiarizar os meios acadêmicos libaneses — e a sociedade libanesa em geral — com a diversidade e a relevância da produção intelectual brasileira em diversas áreas do conhecimento”, afirma Romero.
A cátedra não terá uma sede fixa. Consistirá em missões a universidades e centros de estudo que desejem ampliar seus laços com o Brasil. Por meio dela, deverão ser realizados cursos, palestras e seminários em diversas instituições libanesas. “Ao adotar um modelo rotativo, a cátedra buscará trazer ao Líbano, a convite da Embaixada do Brasil, renomados acadêmicos brasileiros em diversas áreas do conhecimento: como ciência política e relações internacionais, artes e literatura, e naturalmente estudos árabes”, afirma o diplomata.
A visita de Clemesha ao Líbano, diz Romero, se constituiu como a missão inaugural da cátedra. Foi realizada entre 29 de setembro e 9 de outubro e incluiu uma programação de palestras no Instituto de Estudos Palestinos (IPS), na Universidade USEK, na Universidade Americana de Beirute (AUB), e na Universidade Saint-Joseph de Beirute (USJ). Ela visitou instituições libanesas que se dedicam a questões palestinas, como a Fundação Ghassan Kanafani, o IPS e a Associação Inaash, que apoia mulheres que vivem em campos de refugiados palestinos no Líbano.
Ele afirmou também que as atividades realizadas nesta missão de Clemesha já contribuíram para os estreitamento dos laços entre as comunidades acadêmicas do Brasil e do Líbano. Tal formato de cursos, seminários e encontros deverá se repetir nas próximas edições que poderão, ainda, ter outras atividades, como o lançamento de projetos de pesquisa conjuntos.


