Da Agência Brasil
Brasília – Nem soja, nem minério de ferro, nem avião. O "produto" brasileiro que vem conquistando mercado no exterior de modo consistente é o de cavalas puros-sangue árabes. De janeiro de 2002 a junho de 2003, 120 animais foram exportados, segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo Árabe (ABCCA).
Pelos cálculos dos criadores, o Brasil tem cerca de nove mil criadores de cavalos árabes, o que significa falar em 49 mil animais em 3,5 mil haras. No entanto, como apenas 45% dos animais puro-sangue nascidos no Brasil são registrados, há hoje uma dificuldade grande da ABCCA para confirmar a real posição do Brasil no ranking mundial de cavalos árabes.
A associação lamenta que boa parte dos criadores brasileiros não registrem seus animais por estarem preocupados apenas com a questão estética.
Confirmada, só a liderança dos Estados Unidos na produção da raça. Os norte-americanos têm um plantel de 600 mil cavalos árabes, sendo que 10 mil novos animais são registrados a cada ano.
Curiosamente, o Brasil exportou, proporcionalmente, mais que os norte-americanos durante os dezoito meses analisados pela ABCCA: enquanto os cavalos brasileiros vendidos para o exterior somaram 120 exemplares, os animais norte-americanos totalizaram 200 vendas no mesmo período.
A criação de cavalos árabes é uma atividade que movimenta milhões de reais para a economia brasileira todos os anos. Para se ter uma idéia, um chamado leilão de cobertura realizado pela ABCCA em 2003 movimentou R$ 353,9 mil.
O recorde de vendas foi um animal leiloado por R$ 40,8 mil. Se considerados os leilões de esporte e elite, os valores crescem ainda mais. Na primeira oferta promovida pela associação em 2003 para a categoria de esportes, o valor total de vendas foi de R$ 613,4 mil, com animal comprado por R$ 64,8 mil.
A categoria elite registra os maiores valores negociados: no último leilão do ano passado, foram R$ 1,3 milhão negociados, dos quais R$ 136 mil foram pagos por um só cavalo.
De 12 a 16 de novembro, a ABCCA realiza a 22ª Exposição Nacional do Cavalo Árabe em Ribeirão Preto, no interior paulista. A expectativa é de que 900 animais sejam inscritos. Além dos tradicionais leilões – dos quais participam compradores nacionais e estrangeiros – serão realizadas provas de enduro, competições de longa distância e testes de resitência do animais.