São Paulo – O papel do Brasil nas relações políticas e comerciais com países do Oriente Médio será abordado na palestra Teerã, Ramalá e Doha: desafios da política externa ativa e altiva, que será ministrada por Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores e da Defesa do Brasil, no dia 25, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.
O evento faz parte das atividades do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC), mas é aberto à participação do público mediante inscrição prévia. “A palestra vai explicar como se formularam as iniciativas da política externa brasileira quando ele estava à frente do Ministério das Relações Exteriores”, explicou Giorgio Romano, coordenador do curso.
Cada uma das três cidades do título da palestra se refere a um posicionamento do Brasil frente a uma questão diferente no Oriente Médio. “Ramalá aborda a tentativa do Brasil de se colocar na questão Palestina; Teerã é sobre a negociação em torno da questão nuclear [com o Irã]; e Doha é sobre a questão da rodada de Doha [da Organização Mundial do Comércio]”, contou Romano.
Para Romano, a política externa praticada por Amorim durante o período de governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva “colocou o Brasil como um ator regional que assumiu certas responsabilidades fora da região da América Latina”. O título da palestra é também uma referência ao livro Teerã, Ramalá e Doha – Memórias da Política Externa Ativa e Altiva, lançado por Amorim este mês pela editora Benvirá.
O professor da UFABC apontou que, durante o governo de Dilma Rousseff, o Brasil não mudou sua posição política em relação ao Oriente Médio, mas adotou uma postura menos atuante na região. “O Brasil está com as energias tomadas com questões internas. Acho que não há outra orientação, mas o governo está mais devagar devido a questões internas”, destacou.
Romano lembrou que o surgimento do Estado Islâmico, grupo radical que atua principalmente na Síria e no Iraque, e com a guerra civil na Síria, que teve início em 2011, a situação política “tornou-se ainda mais complicada”.
“Hoje, o Brasil é o país fora da região [do Oriente Médio] que mais recebe refugiados da Síria. Há uma grande comunidade síria aqui e o Brasil tem obrigação de estar presente nessas discussões, mas o País não necessariamente está preparado para isso”, destacou.
Serviço
Palestra: Teerã, Ramalá e Doha: desafios da política externa ativa e altiva
Com Celso Amorim
Dia 25 de março, às 19 horas
Local: Universidade Federal do ABC – Auditório Principal – Bloco Beta
Rua Arcturus, nº 03 – São Bernardo do Campo
A entrada é gratuita, mas é obrigatório fazer a inscrição antecipada pelo link http://migre.me/p8G3j


