São Paulo – O cenário global está abrandando o crescimento econômico dos países africanos, que enfrentam inflação alta, dificuldade de lidar com os altos preços dos alimentos e de reduzir a pobreza. Esse é o panorama que o Banco Mundial deu sobre o continente em material divulgado nesta terça-feira (04). Segundo a instituição financeira, os governos da África precisam urgentemente restaurar a estabilidade macroeconômica e proteger os mais pobres.
De acordo com a análise do Banco Mundial sobre a região, a África’s Pulse, a guerra da Ucrânia exacerba a já alta inflação e influencia a atividade econômica africana, deprimindo os investimentos empresariais e o consumo das famílias. O banco também cita a desaceleração do crescimento global pesando sobre o desempenho econômico, inclusive a demanda chinesa por commodities produzidas no continente.
O economista-chefe do Banco Mundial para a África, Andrew Dabalen, afirma que essas tendências comprometem os esforços de redução de pobreza já prejudicados pela covid-19. Segundo ele, a maior preocupação é o impacto dos preços altos dos alimentos na região, uma das de maior insegurança alimentar do mundo. Mais de uma em cada cinco pessoas sofre de fome na África e 140 milhões de pessoas enfrentaram insegurança alimentar aguda em 2022, acima dos 120 milhões de pessoas em 2021.
O material do Banco Mundial informa que em muitos países africanos os recursos públicos se esgotaram em programas anteriores para combater as consequências econômicas da pandemia, embora alguns países ricos em recursos naturais tenham se beneficiado dos altos preços das commodities. O relatório cita preocupação especial com a África Subsaariana, cujo crescimento deve desacelerar de 4,1% em 2021 para 3,3% neste ano, segundo última revisão do Africa’s Pulse.