São Paulo – Faltam aproximadamente R$ 5 milhões para que a Fundação de Apoio à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) tenha todo o dinheiro necessário para concluir as obras do futuro Centro Cultural em Saúde (CCS), a ser inaugurado em abril de 2025 em São Paulo. O projeto foi aprovado ainda em 2018 e a captação de recursos para realizar a obra começou em 2019, via Lei Rouanet. Por meio deste instrumento, foram aprovadas doações de até R$ 17,3 milhões. Até o momento, foram doados R$ 12 milhões.
A Lei Rouanet é uma iniciativa de fomento à cultura, por meio da qual empresas podem destinar parte dos seus impostos ao incentivo cultural. No caso do caso do CCS, as doações podem ser feitas por meio da Lei Rouanet ou não. Ex-reitora da Unifesp (2013-2021) e uma das líderes da comissão de captação de recursos, Soraya Smaili afirma que neste ano um banco e uma fundação fizeram doações de R$ 1,5 milhão, após repasses terem sido feitos em 2019, 2020, 2021, 2022, porém terem sido praticamente interrompidos em 2023.
“Pedimos ao Osmar (Chohfi, presidente da Câmara de Comércio Árabe Brasileira) e para a Silvia (Antibas, vice-presidente de Comunicação e Marketing da instituição) para apresentar o projeto aos países árabes, porque há o interesse na parte cultural, mas também eles podem aportar recursos fora da Lei Rouanet, como doação”, diz Smaili. “Se derem alguma coisa, ótimo. O importante é a gente captar”, afirma Smaili. Descendente de árabes, a ex-reitora da Unifesp já fez sua doação para o projeto como pessoa física.
Difusão do conhecimento em saúde
Se o dinheiro necessário não chegar, a Fundação terá duas opções: parar a obra e entregá-la ao Ministério da Educação, que decidirá o que fazer, ou inaugurá-la parcialmente.
O prédio em que o Centro Cultural em Saúde está sendo instalado foi construído nos anos 1960. Abrigava a Biblioteca Regional de Medicina, ligada à Organização Pan-Americana da Saúde em parceria com a Escola Paulista de Medicina. Agora é ampliado para ser centro cultural. A biblioteca da Escola Paulista de Medicina, da Unifesp, continuará ali ampliada e terá parte do acervo digitalizado.
Localizado na Zona Sul de São Paulo, próximo ao Parque do Ibirapuera e a estações de metrô, o prédio é vizinho de instituições de saúde como: o Hospital São Paulo (que pertence à Unifesp), Hospital do Rim, Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (Graac) e a instituições de saúde particulares e públicas. A região concentra também Escola de Paulista de Medicina, de Enfermagem, faculdades de saúde, consultórios e clínicas médicas.
Desde sua abertura, o prédio do CCS abrigou a biblioteca, que conta com acervo de um milhão de volumes. Quando estiver pronto, o CCS terá uma área de convivência, uma livraria universitária, um auditório e duas áreas de exposições. Uma delas será permanente e irá mostrar os quase 60 anos do Projeto Xingu, por meio do qual a escola de medicina oferece assistência aos povos indígenas do Xingu. O propósito é que seja aberto à sociedade, com atividades gratuitas para promoção do conhecimento e difusão de informações relacionadas à saúde.
Mais informações sobre o projeto e como doar estão disponíveis neste link
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