Débora Rubin
São Paulo – No Rio Grande do Norte, uma pequena empresa está exportando um produto típico da região: a cera de carnaúba. Na verdade, ela existe em outros países, mas apenas no Nordeste brasileiro, mais especificamente no Rio Grande do Norte, Piauí e no Ceará, ela pode ser extraída em escala industrial. Aproveitando essa benesse da natureza, a empresa Ortal, de Mossoró, produz 200 toneladas de cera das quais 80% vão para exportação.
Os principais destinos são os Estados Unidos, a Alemanha e o Japão. A Ortal vende também para um comprador egípcio, que revende em seu país. E, segundo a diretora de exportação da empresa, Márcia Gomes de Paula, há um comprador sírio interessado no produto. "Nosso objetivo, agora, é expandir as vendas para outros países árabes", revela a diretora.
A cera de carnaúba é retirada das folhas da Palmeira Copernícia Prunifera – nome dado em homenagem ao astrônomo Nicolau Copérnico -, que também é encontrada na África e no Sri Lanka. A cera é extraída do pó retirado das folhas.
A Ortal trabalha com uma média de mil produtores, oriundos principalmente das cidades de Assu, Apodi, que também ficam no Rio Grande do Norte, e Russas, que fica no Ceará. Eles colhem as folhas no período da colheita, que vai de agosto a fevereiro. Depois de secar, eles raspam as folhas, cozinham o pó para deixar a cera em formato de barra e vendem para a Ortal, que beneficia e clareia o produto. A extração não prejudica a palmeira. Pelo contrário. A poda faz com que o ciclo de vida da árvore aumente.
A cera de carnaúba tem as aplicações mais variadas. Pode ser usada tanto em produtos de higiene quanto em alimentos. "Alguns chocolates usam uma camada fina da cera para que ele não derreta", exemplifica Márcia. Além disso, é usada em filmes fotográficos, cápsulas de remédio, tintas, vegetais desidratados, laqueadores, etc. A lista é vasta.
Raio-X
A Ortal foi criada em 1988 por João Melo, que já era produtor da cera antes de abrir sua empresa. Entre escritório e fábrica, são apenas 20 funcionários, mas gera mais de mil empregos indiretos. Segundo Márcia, a partir de 2005 a empresa começou a dar mais atenção para a parte de comércio exterior, deixou para trás os corretores que ganhavam 3% em cima das vendas e passou a negociar diretamente com os compradores internacionais. Desde então, a relação com os clientes estrangeiros melhorou.
"Foi melhor para todo mundo. Paramos de pagar essa comissão e, com isso, pudemos melhorar nossos preços", diz a diretora de exportação. O faturamento só não decolou por causa da recente baixa do dólar.
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Ortal
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