São Paulo – Mais de 300 empresas brasileiras já receberam a certificação halal, garantindo que seus produtos possam ser consumidos nos países muçulmanos. A certificação halal garante que os produtos alimentícios são produzidos de acordo com as orientações da lei islâmica e, desta forma, estão liberados para o consumo de cerca de 1,3 bilhão de muçulmanos em todo o mundo.
Este enorme mercado já atrai o interesse das indústrias brasileiras de alimento há mais de 30 anos. De acordo com Ali Saifi, vice-presidente do Centro de Divulgação do Islam para a América Latina (CDIAL), uma das instituições que certifica frigoríficos para o abate halal de carne bovina e de aves, atualmente cerca de 90% das novas empresas já preparam seus espaços para receber a certificação halal. "Acredito que, em questão de tempo, não haverá empresa que não faça o abate halal", afirma Saifi.
De acordo com dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne, em 2008, o Brasil exportou 290.994 toneladas de carne bovina in natura e 14.138 toneladas de carne industrializada para 16 países islâmicos, árabes e não árabes.
Em 1980, quando o CDIAL começou a emitir a certificação, apenas três empresas o receberam. A primeira delas foi a Sadia. Hoje, o centro já garantiu que cerca de 100 empresas pudessem vender seus produtos com o selo halal. Já a Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (Fambras), que fornece o certificado halal no país desde 1977, tem 200 empresas em sua lista, e não apenas produtoras de carne, mas também de açúcar, doces, aromas e outros produtos destinados ao consumo humano.
Segundo a Fambras, o mercado de produtos halal no mundo movimentou, somente em 2008, US$ 580 bilhões. "As empresas brasileiras estão perfeitamente conscientes da importância do halal, não questionando as exigências necessárias para a obtenção do certificado. Elas sempre demonstram o maior interesse em se adaptar, quando é o caso, entendendo que a obtenção da certificação halal para os seus produtos, longe de ser um empecilho, é um acréscimo à sua qualidade e excelência", diz o diretor-executivo da Fambras, Mohamed El Zoghbi.