Isaura Daniel
São Paulo – Os produtos da marca Chamma da Amazônia serão vendidos nos Emirados Árabes Unidos a partir do próximo mês. A empresa comercializa artigos de perfumaria e higiene, cosméticos, embalagens e bijuterias feitos a partir da vegetação amazônica e fechou negócios com três redes de varejo árabes durante a BeautyWorld Middle East, feira de cosméticos que ocorreu em Dubai, centro comercial dos Emirados, no final de abril.
Um dos varejistas é de grande porte e possui em torno de 360 lojas na região dos Emirados. A Chamma da Amazônia, porém, prefere manter em sigilo o nome dos novos clientes até que as relações estejam mais consolidadas.
A empresa começou a vender para o mercado internacional este ano, mas tem planos de exportar 30% da produção já em 2005. O fato de ter a vegetação amazônica como base dos seus produtos deve ser um forte aliado na entrada do comércio internacional.
"A demanda externa em relação aos produtos da Amazônia é maior do que demanda interna", diz a sócia-fundadora da empresa, Fátima Chamma.
Os produtos de perfumaria e higiene e os cosméticos são fabricados pela Fluídos da Amazônia, de propriedade dos mesmos sócios da Chamma da Amazônia, também com sede em Belém, no Pará, onde fica a Chamma. Os demais artigos são confeccionados por comunidades carentes locais.
Produtos
No Brasil, os produtos da marca são vendidos em 30 lojas franqueadas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Pernambuco, Amazonas, Pará, Piauí, Espírito Santo e no Distrito Federal.
São comercializados 190 tipos de artigos, entre xampus, perfumes, óleos esfoliantes, condicionadores, aromatizantes de ambiente, delineadores, batons, pulseiras e cestas.
As bijouterias, por exemplo, chamadas pela empresa de "jóias da natureza", são fabricadas com sementes de frutas tradicionais da região. Os xampus, sachês e condicionadores vêm de extratos de plantas locais.
"O estado do Pará tem tradição em cheiros e fragrâncias, que são uma somatória da cultura indígena, africana e européia", explica Fátima, referindo-se às diversas etnias que povoaram a região.
Desde que a empresa foi constituída, em 1996, o número de funcionários passou de sete para 400. Isso incluindo as franquias e a fábrica da Fluídos da Amazônia.
Sócia-fundadora é neta de libaneses
A história da Chamma da Amazônia, na verdade, começou ainda na década de 40, quando o pai de Fátima, Oscar Chamma, filho de libaneses, abriu uma perfumaria. Oscar, hoje já falecido, trabalhava com o ramo de supermercados, mas como era um grande amante da floresta amazônica e da química, fabricava os perfumes nas horas vagas.
"Meu pai fez um curso de química por correspondência", conta Fátima. Na época, além da Chamma, eram produzidas outras duas marcas de perfumes.
Em 1996 a empresa foi transformada numa incubadora da Universidade Federal do Pará e praticamente reinventada. Nesta época, quando Fátima assumiu definitivamente os negócios, foi fundada a Fluídos da Amazônia e formulada a idéia das franquias.
Fátima diz que, desde o início, sabia que a empresa tinha perfil para vender no mercado externo. Além dos Emirados Árabes, a Chamma está iniciando exportações para os Estados Unidos e a Europa.
Contato:
Chamma da Amazônia
www.chammadaamazonia.com.br
Tel: +55 (91) 266-1824

