O chanceler argentino, Jorge Taiana, ressaltou nesta quarta-feira (4) que a crise econômica mundial "exige não só uma reforma global da arquitetura financeira internacional, mas um replanejamento da forma de relação entre os Estados" do hemisfério sul.
Durante a Cúpula de chanceleres da América do Sul-Países Árabes (Aspa), que acontece no Egito, o chanceler defendeu também o fim dos paraísos fiscais como forma de "regular e disciplinar o sistema financeiro internacional".
A nova forma de relação entre os Estados defendida por Taiana se baseia no "incremento da Cooperação Sul-Sul e no aproveitamento das vantagens comparativas". O encontro que acontece no Egito conta com 12 chanceleres latino-americanos e 22 árabes que preparam a próxima cúpula presidencial da Aspa, prevista para o dia 31 de março, no Qatar.
Segundo a chancelaria argentina, Taiana propôs a seus homólogos que "continuem trabalhando na busca de novas possibilidades para enriquecer e diversificar o comércio inter-regional de bens agrícolas e industriais".
Em seu discurso na Cúpula de Ministros das Relações Exteriores, o chanceler argentino propôs uma ação coordenada em quatro áreas. Para Taiana, é fundamental implementar "políticas fiscais e monetárias orientadas a fortalecer a demanda mundial".
O representante argentino também pediu a "democratização das organizações multilaterais de crédito, aumentando a participação dos países em desenvolvimento nas decisões e eliminando as restrições".
Além disso, Taiana defendeu "a necessidade de uma nova arquitetura financeira internacional, com mais atores e que favoreça o crédito para o desenvolvimento, em especial para obras de infraestrutura que causam impacto sobre o nível da atividade, emprego e a capacidade exportadora dos países".
Por fim, o chanceler propôs mais "transparência e adequada regulação do setor financeiro e a mobilização do mercado de capitais a favor do crescimento sustentável", para impedir a contínua transferência de recursos dos países em desenvolvimento aos países desenvolvidos.