São Paulo – A Secretaria de Desenvolvimento Econômico do município de Cabo Frio, no Rio de Janeiro, está em busca de investidores para seu projeto do Polo de Desenvolvimento Sustentável. O projeto visa diversificar a economia local, que é baseada no turismo e atualmente dependente dos royalties do petróleo explorado na região. “O turismo é, de fato, nossa vocação, mas queremos ir além disso para promover mais empregos e desenvolvimento para a cidade”, explicou à ANBA o superintendente de emprego e renda da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do município, João Marcello Neves.
A previsão é que o projeto esteja formatado até o final do ano. A área onde o polo está sendo construído tem dois milhões de metros quadrados, fica ao lado do Aeroporto de Cabo Frio e próxima ao Porto do Forno, localizado na cidade vizinha de Arraial do Cabo.
Para concluir o projeto, a secretaria busca, agora, investimentos no exterior entre eles os dos árabes. A Prefeitura de Cabo Frio é associada da Câmara de Comércio Árabe Brasileira. “Temos interesse nos países árabes porque aqui é uma região muito próxima ao Rio, o que tranquiliza em relação a escoamento de matérias e chegada de insumos. Estamos abertos a qualquer tipo de projeto, toda empresa que queira se instalar aqui, vamos ouvir. Temos preferência por economia sustentável, que não venham a denegrir o meio ambiente, por ser uma região de praias e reservas [ambientais]. É interessante utilizar energias renováveis, por exemplo”, definiu ele, lembrando que ainda está disponível 90% da área do polo.
Entre os objetivos estão fomentar a atividade rural, com o uso de tecnologias visando agregar valor e o incremento da produção, o cooperativismo e estimular o associativismo urbano, além de promover programas de qualificação e extensão empresarial e artesanato. Em paralelo, a prefeitura planeja a construção de um centro de convenções para promover eventos como feiras e rodadas de negócios.
Concessão dos lotes
O polo será administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Cabo Frio (Codescaf), que teve sua criação aprovada neste ano e terá capital misto. “O capital inicial da companhia é R$ 5 milhões, e há cotas de 500 mil, sendo que a prefeitura tem 51% das ações”, explicou Neves.
Já o polo está aberto a investimento, que também funcionará através de cotas. As empresas que se estabelecerem no local terão incentivos fiscais. “Dependendo do projeto que o investidor tiver, a prefeitura vai ceder essa terra por cessão de uso. Vamos analisar como vai ser o projeto, quantos empregos diretos vai gerar, qual a receita e, consequentemente, estimativa de recolhimento de impostos. Por exemplo, a contrapartida do Estaleiro Vera Cruz será fazer uma escola técnica com formação de mão de obra. Por ano, vamos formar 20 profissionais, e dentro destes 20 eles vão absorver [contratar] grande parte no seu ciclo de produção”, exemplificou ele sobre uma das empresas que já está se preparando para se instalar no local.
Há, ainda, uma área voltada para incubar e acelerar startups focadas na economia ligada ao ambiente marinho. A iniciativa, batizada de Polo Mar, terá apoio de instituições de ensino como a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e da própria Secretaria para desburocratizar o processo de abertura dessas novas empresas. “Nossa vocação é a praia, e por isso, dentro desse cenário, vamos criar startups voltadas à economia sustentável do mar e tecnologia. E todas elas vão ser chanceladas por essas instituições de ensino credenciadas que serão incubadoras e aceleradoras, enquanto a prefeitura será facilitadora de abertura de novos negócios”, contou ele.
Mais informações acesse o site da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Cabo Frio.