São Paulo – Ao ler quem são os diretores estreantes com filmes na 42ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, nomes de origem árabe se destacam. Dentro do festival, os profissionais que estão no primeiro ou segundo longa-metragem concorrem na competição Novos Diretores. Foram 104 filmes selecionados e, destes, cinco têm diretores de origem árabe. A disputa é pelo Troféu Bandeira Paulista, que será entregue no dia 31 de outubro, no Auditório Ibirapuera, em São Paulo.
A exibição dos filmes já começou e vai até 31 de outubro. Além da competição Novos Diretores, há também as seções Apresentações Especiais, Homenagens, Restaurações, Mostra Brasil e Perspectiva Internacional, somando 331 títulos.
Um dos títulos dirigido por árabes é “Sofia” (foto acima), de Meryem Benm’Barek, que também roteirizou o filme. A profissional é marroquina e o filme foi coproduzido por França e Catar. Na história de Meryem, a personagem que dá nome à obra vive com seus pais em Casablanca, no Marrocos. Na trama, aos 20 anos, Sofia infringe as leis do país ao dar à luz mesmo sem estar casada. O roteiro se desenrola a parte daí, quando o hospital determina um prazo de 24 horas para que ela providencie a documentação do pai antes de informar às autoridades. O longa já venceu como Melhor Roteiro na seção Um Certo Olhar no Festival de Cannes.
Além da obra de Meryem Benm’Barek, os filmes de diretores árabes que concorrem ao troféu são “Os Relatórios Sobre Sarah e Saleem”, de Muayad Alayan, que é palestino; “Meu Querido Filho”, de Mohamed Ben Attia, nascido na Tunísia; “Rosas Venenosas”, de Ahmed Fawzi Saleh, que nasceu no Egito; “Yomeddine”, de A. B. Shawky, também natural do Egito.
Coproduções árabes
A competição tem, ainda, outros filmes com ligação com o universo árabe, mas que não têm árabes como diretores. São longas produzidos, organizados ou filmados em países árabes. É o caso de “A Carga”, de Ognjen Glavonic, produzido com participação de Sérvia, França, Croácia, Irã e Catar; “Deslembro”, da brasileira Flavia Castro, (Brasil, França e Catar); e “Hayati: Minha Vida”, de Sofi Escudé e Liliana Torres (Espanha, França e Catar).
A competição Novos Diretores terá duas etapas. Na primeira, a análise fica por conta do público que assistirá as seções na primeira semana de evento. Das mais de 100 obras selecionadas inicialmente, saem as melhores avaliadas, que serão apreciadas por um júri internacional. Nesta edição, os filmes serão julgados por Astrid Adverbe, Edgard Tenembaum, Ferzan Özpetek, Sérgio Machado e Teresa Villaverde.
Clique aqui para conferir a programação da competição Novos Diretores na 42ªMostra Internacional de Cinema de São Paulo.