São Paulo – A Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a embaixada dos Emirados Árabes Unidos em Brasília assinaram nesta segunda-feira (05), em São Paulo, uma carta de intenções. No documento, as entidades se comprometem a “fazer continuamente a defesa de uma agenda de prioridades estratégicas entre os dois países junto aos nossos governos”, conforme afirmou o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Eduardo Abijaodi, durante o 1º Fórum Empresarial Brasil-Emirados Árabes Unidos (foto acima), na capital paulista.
Quem assinou o documento, ao lado de Abijaodi, foi a embaixadora dos Emirados no Brasil, Hafsa Abdulla Mohamed Sharif Al Ulama. “Eu quero dizer que estou muito feliz em estar aqui. Os Emirados são um dos mais inspiradores e dinâmicos centros de comércio do mundo. Com uma população diversa, o país oferece oportunidades de negócios para todos os centros. Nós pensamos também que o Brasil é muito importante na América Latina. Nossa relação é baseada em respeito e cooperação e intensificação de relações comerciais. Estamos encontrando importantes pontos nos quais concordamos, como evitar a dupla tributação e a facilitação de investimentos”, comentou a diplomata no fórum.
A primeira edição do evento reuniu empresas como a DP World, de Dubai, que atua no setor de portos e, no Brasil, controla um terminal em Santos. “Perdemos (o Brasil) muito estoque de capital em infraestrutura. É um problema seríssimo do País”, afirmou o chefe do Departamento Comercial da DP World Santos, Fábio Siccherino. Ele levantou a importância de investimentos em infraestrutura e pediu à CNI e aos Emirados que atuem para amenizar tributos sobre atividades portuárias, o que, segundo ele, refletiria positivamente nas exportações e importações do Brasil.
O gerente executivo de Políticas Econômicas da CNI, Flávio Pinheiro de Castelo Branco, falou do cenário pós-eleições e apontou alta no índice de confiança do empresário e do consumidor. Na pauta na Confederação também está a necessidade de desburocratização das atividades no Brasil. A fala foi corroborada pelo representante da Casa Civil da Presidência da República, Marcelo Guaranys. “O País tem que crescer apesar do governo. Por que temos tantas regras que não fazem sentido? Se não pararmos para pensar, jogamos o gasto para a sociedade”, afirmou Guaranys, indicando que a agenda do governo segue em busca de aprovação de reformas como a Tributária.