São Paulo – Sócio e chef do Restaurante Íz, de Goiânia, em Goiás, Ian Baiocchi (na foto acima) apresentou em Dubai nesta semana a culinária contemporânea brasileira com um toque especial. Todas as receitas que ele preparou no emirado levavam apenas produtos halal, que são feitos de acordo com as normas do Islamismo. Baiocchi foi a Dubai convidado pelo Projeto Halal do Brasil, uma parceria da Câmara de Comércio Árabe Brasileira e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), para promover nos países de maioria muçulmana os produtos halal que são feitos no Brasil.
Em uma ampla programação que teve a feira de alimentos Gulfood como centro das atrações do projeto, Baiocchi cozinhou em um dos restaurantes mais famosos de Dubai, comandou um churrasco, preparou pratos com cortes finos de aves. Levou, enfim, ao mundo os sabores típicos de norte a sul do Brasil.
“O estímulo e a oportunidade de trabalhar com o produto halal acabou sendo numa maneira de me inserir na cultura e tradição do mundo árabe, que, por um segundo, pareceu um desafio. Mas sem tanta surpresa, encontrei produtos de altíssima qualidade que me deixaram confortável em prepará-los e fiquei encantado em ver os produtos brasileiros do outro lado do mundo se comportando em termos de qualidade e apresentação muito além dos outros que vi no mercado de Dubai”, disse ele à ANBA.
Entre suas apresentações na cidade, Baiocchi criou e executou um menu junto de Matthis Grosjean, chef que comanda o Frnds, um dos restaurantes mais famosos de Dubai. Ele também comandou um churrasco no Hotel Conrad e apresentou opções de preparo com variados cortes de aves no estande da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Participou, ainda, de uma “master class” de culinária ao lado de outros chefs no programa “Top Table”, iniciativa que integra a programação oficial da Gulfood.
Baiocchi contou que tentou levar para suas apresentações em Dubai os sabores do Brasil com uma “identidade internacionalizada”, mesmo com a limitação de transportar ingredientes em um voo comercial. Um dos pratos que ele preparou foi asinha de frango recheada com vieira e castanha de baru, acompanhadas por espuma de mandioca. Outro foi costela assada com granola salgada e espuma de mandioca. Era finalizado com caramelo de banana, alho negro e baunilha, que entregavam ao paladar dulçor para contrastar com a intensidade da costela, explicou o chef.
“Além disso, num dos jantares, fiz um arroz de carabineiro, que fica escondido na cabeça do crustáceo, que é um tipo de camarão que tem uma pesca bem recente no Brasil. Acredito que é algo que mostra que temos muito mais do que só produtos, o brasileiro pode mostrar que tem audácia, criatividade e atitude inovadora”, disse Baiocchi.
Ele confessou que “a responsabilidade bateu muito forte”, e que, apesar de elaborar receitas incomuns, sabia que elas poderiam satisfazer o paladar do seu público. A cultura dos árabes, disse, se assemelha à dos brasileiros pela intensidade de sabor. “Assim como eu, sinto que o mundo árabe não tem muito medo de se arriscar”, afirmou.