São Paulo – O fluxo de embarques de produtos brasileiros ao Kuwait segue normal durante este momento de quarentena, afirmou o embaixador do Brasil no Kuwait, Norton Rapesta (foto acima), em entrevista por telefone à ANBA.
Segundo Rapesta, o país está tomando todas as medidas para agilizar os desembarques e manter o fluxo tanto nos portos quanto de cargas aéreas e rodoviárias. “Não está tendo desabastecimento, às vezes falta um ou outro produto que não é de primeira necessidade, mas isso é normal; estão sim agilizando a entrada de produtos alimentícios”, afirmou.
De janeiro a março, o Brasil exportou US$ 56,96 milhões em produtos ao Kuwait, sendo que mais de 80% foi em carne de frango. A quantia foi 20,8% maior que a registrada no primeiro trimestre de 2019. Somente em março, os embarques brasileiros somaram US$ 17,32 milhões, alta de 2,6% em relação ao terceiro mês do ano passado, também puxados pela carne de frango, que representou 90% do total exportado no período.
“Está tudo funcionando, o Ministério do Comércio e Indústria [do Kuwait] me contactou para perguntar se o Brasil iria continuar exportando, se estava tudo regular, eu disse que sim, que não havia nenhuma instrução de suspender exportação, então está tudo normal, isso [os] tranquilizou”, disse Rapesta.
O país está em quarentena até 24 de abril, com probabilidade de ampliação, informou Rapesta. Também há um toque de recolher às 17 horas, e as aulas presenciais estão suspensas até 1º de agosto.
A embaixada está em funcionamento com hora marcada para atendimento consular, e os funcionários vão à embaixada duas vezes por semana, aos domingos e quintas-feiras.
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) informam que o Kuwait tem hoje 1.405 casos e três mortes por coronavírus.
Passageiros
Rapesta informou que o país havia fechado o aeroporto para voos de passageiros, e que esta semana, viabilizou alguns voos fretados para que kuwaitianos retornassem ao país, e para que alguns estrangeiros voltassem aos países de origem. Segundo ele, 24 brasileiros desembarcaram nesta quarta-feira (15) em Frankfurt (Alemanha) em um voo fretado da Al Jazeera Airways, companhia aérea local. De lá, irão para São Paulo e devem chegar nesta quinta-feira (16). “A embaixada brasileira organizou autorizações e ajudou a viabilizar o voo, mas cada um pagou sua passagem”, disse. No total, foram 90 estrangeiros, além de brasileiros, norte-americanos, canadenses, australianos e europeus.
Um brasileiro irá voltar por Doha, no Catar, acrescentou o embaixador. “Desde ontem a Qatar Airways voltou a voar aqui, fazendo dois voos diários para Doha, para flexibilizar um pouco e permitir que os cidadãos possam retornar para seus países, porque agora está ocorrendo a contaminação horizontal, local”, disse, sobre a pandemia da covid-19. Os brasileiros retornando são em sua maioria esportistas que trabalhavam no país árabe e tiveram seus contratos encerrados. “A Qatar Airways é a única com voos regulares porque é um hub próximo daqui”, disse.
O embaixador informou ainda que não há nenhum caso de brasileiro infectado pelo coronavírus no país. “Felizmente não tem nenhum brasileiro doente, estão todos bem, todos seguros, isso é o mais importante”. O Bahrein, país árabe vizinho em que Rapesta também atua como embaixador do Brasil, não chegou a fechar aeroportos, somente reduziu frequências e destinos, e também não há brasileiros infectados no país.
O Bahrein tem 1.671 casos e 7 óbitos.
O embaixador informou que os principais afetados pela covid-19 no Kuwait são filipinos, paquistaneses e indianos.
