Rio de Janeiro – A primeira revisão feita pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) para a balança comercial em 2015 aponta queda de 4,3% para as exportações e redução de 9,8% para as importações. Os números estimados são US$ 215,360 bilhões para as vendas brasileiras no exterior, ante US$ 225,033 bilhões projetados para este ano.
No caso das importações a revisão feita pela AEB projeta US$ 207,220 bilhões em 2015, ante US$ 229,615 bilhões esperados para este ano. Com isso, a associação prevê um superávit de US$ 8,140 bilhões para a balança no próximo ano, contra um déficit estimado para 2014 de US$ 4,582 bilhões.
O presidente da AEB, José Augusto de Castro, disse nesta quinta-feira (18) que este ano está difícil fazer previsão para a balança comercial, especialmente sobre as importações. Segundo ele, embora as medidas governamentais, especialmente na área econômica, não tenham sido anunciadas, sabe-se que terão forte impacto sobre a economia e a importação.
O mercado espera que haja elevação da taxa básica de juros (Selic), definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central e da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), adotada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em suas operações. A AEB espera, também, corte de gastos e a suspensão de recursos para os bancos públicos. “Tudo isso vai significar contração da economia e menor demanda.”
Com isso, deverá haver uma queda forte das importações, que vai gerar um superávit na balança qualificado por José Augusto de Castro de negativo, porque “é obtido não por aumento de exportações, mas por queda de importações”.
O presidente da AEB disse que os preços das três principais commodities – minério de ferro, petróleo e soja – continuarão caindo em 2015. Todos esses fatores acentuarão a tendência de queda na participação do Brasil nas exportações mundiais, depois de alta de 1,41%, em 2011, considerada a maior posição nos últimos 50 anos, diz a AEB. A projeção da associação é que essa participação diminua em 2014 para 1,21%, similar à de 2008, atingindo 1,14% ou 1,15%, em 2015.