São Paulo – A Organização Mundial do Comércio (OMC) prevê que o comércio internacional vai crescer menos este ano do que em 2018. Segundo relatório divulgado nesta terça-feira (02) pela instituição, a perspectiva de avanço em 2019 é de 2,6%, contra 3% no ano passado, desempenho que já havia ficado abaixo das expectativas. Em 2020, o crescimento pode voltar ao patamar de 3%, se ocorrer uma diminuição das tensões que rondam o setor.
“Com as tensões no comércio em alta, ninguém deveria ficar surpreso com estas perspectivas”, disse o diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo (foto), segundo comunicado da entidade. “Estimativas de consenso preveem que o crescimento do PIB mundial vai cair de 2,9% em 2018 para 2,6% em 2019 e 2020”, diz o relatório.
Em 2018, o comércio mundial foi afetado por fatores como a adoção por países de novas taxas de importação, medidas retaliatórias, crescimento econômico fraco, volatilidade no mercado financeiro e aperto fiscal em nações desenvolvidas. O desempenho foi frustrante especialmente no quarto trimestre, quando houve uma queda de 0,3% nos negócios.
Em termos nominais, as exportações mundiais de bens somaram US$ 19,48 trilhões em 2018, um aumento de 10% sobre 2017. Este avanço foi influenciado em parte pelo aumento do preço do petróleo, de cerca de 20%.
Brasil
As exportações brasileiras cresceram no mesmo ritmo (10%), para US$ 240 bilhões, mas, mesmo assim, o País caiu da 26ª para a 27ª posição no ranking dos principais países exportadores, sendo superado pelo Vietnã.
No mundo árabe, as exportações dos Emirados Árabes Unidos cresceram na mesma proporção, para US$ 346 bilhões, e o país também perdeu uma colocação na lista, caindo da 15ª para 16ª, sendo ultrapassado pela Rússia.
Já Arábia Saudita subiu da 24ª para a 21ª posição, beneficiando-se da valorização do petróleo, assim como a Rússia. As exportações do país somaram US$ 299 bilhões no ano passado, um aumento de 35% sobre 2017.
Importações
Na seara das importações, o Brasil subiu do 29º para o 28º lugar no ranking, com US$ 189 bilhões em compras externas, um crescimento de 20% em relação ao ano anterior. Já os Emirados caíram da 18ª para a 20ª posição, com importações de US$ 253 bilhões, um recuo de 6% na mesma comparação.