São Paulo – Focada em desenvolver e adaptar equipamentos para sinalização audiovisual para veículos como viaturas policiais (foto acima) ou ambulâncias , a Flash Engenharia entrou este ano no mercado árabe. Os produtos criados pela marca são equipamentos eletrônicos que tomaram o lugar dos antigos giroflex, que funcionavam de forma mecânica. A empresa brasileira exportou seu primeiro lote aos Emirados Árabes Unidos e tem boa expectativa em outros três negócios.
“Eu destaco essa compra porque fizemos esse desenvolvimento [do produto] e ocorreu uma exportação em um momento de pandemia. Se não estivéssemos passando por isso, com certeza teríamos mais negócios adiantados”, afirmou Pedro Reis, fundador da marca, em entrevista à ANBA.
O embarque ao país do Golfo ocorreu após a primeira viagem do empresário aos Emirados, que teve acompanhamento da equipe da Câmara de Comércio Árabe Brasileira. “Conheci a Câmara Árabe e na nossa primeira viagem aos Emirados Árabes Unidos, em janeiro deste ano, fui em duas feiras e visitei potenciais clientes. Passei mais de 10 dias lá”, contou Reis.
Pouco tempo após a viagem ao país árabe, a pandemia do novo coronavírus tomou proporções maiores e fez com que os contatos diminuíssem o ritmo. Mas o empresário percebeu que era momento de trabalhar o que havia aprendido na missão. “Eu voltei com bastante lição de casa. A partir da demanda que identificamos, desenvolvemos um produto para esses clientes. O primeiro cliente fez a compra e embora o volume seja pequeno, isso é muito significativo para nós”, contou Reis sobre o equipamento exportado.
Estar pessoalmente em um país árabe foi uma oportunidade única para o empresário entender as necessidades locais. “Os árabes são clientes muito exigentes. Isso é o diferencial [em ir junto à] Câmara, que prepara e auxilia a ter um cuidado com esses clientes. São grandes empresas e, com isso, também temos uma responsabilidade maior de que o nosso produto brasileiro seja também robusto, que atenda normas internacionais e a partir daí começamos a dar uma roupagem”, explicou Reis.
De volta da viagem, o empresário levou a sua equipe de pesquisa e engenharia o que precisaria ser adaptado nos modelos. “Para o produto estar no mercado, ele tem que atender todas as provas, tem a questão da vibração e da temperatura. Dubai é uma cidade muito quente. Isso foi uma das questões que mais pensei assim que voltei. O produto variava entre 48 a 63 graus. E conseguimos chegar em uma solução”, relatou ele.
Fundada em 2002, na cidade de Sorocaba, São Paulo, a empresa começou a exportar há quatro anos. No início, com foco na América Latina, a Flash contava com clientes em países como Uruguai, Colômbia e o Peru. Neste ano, no entanto, a missão ao Golfo fez a empresa ampliar seus horizontes. A empresa investiu no seu departamento de venda exterior, que antes contava apenas com Reis, e hoje tem funcionários dedicados ao mercado árabe, outro América Latina e outro funcionário apenas para o México.
A exportação ainda representa uma fatia pequena das vendas da empresa, apenas 3% delas. Mas a meta é que esse número chegue a 30% nos próximos dois anos e um dos mercados mirados pela marca é a Arábia Saudita. Para isso, Reis lembra que conta com o retorno das atividades e feiras presenciais nos Emirados, de onde ele quer estabelecer contatos na região. “Os Emirados detêm grandes eventos de negócios do mundo e, por conta da pandemia, pararam de receber pessoas de negócio. Eu tinha intenção de ter um agente lá os Emirados porque preciso demonstrar o produto, é importante para nós esse lado presencial”, destacou.
Veja, abaixo, vídeo onde Reis explica sobre a atuação da empresa: