São Paulo – Fundada em 2006 no município de Nova Esperança, no Paraguai, a Inpasa é atualmente uma das maiores produtoras de derivados de milho do Brasil. Processa 7,5 milhões de toneladas de milho por ano e produz 3,5 bilhões de etanol de milho anualmente. A empresa produz também dois derivados que já são exportados aos países árabes: óleo de milho e DDGS, um complemento para ração animal. Um dos objetivos da companhia, que é associada da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, é ampliar as vendas ao Oriente Médio e Norte da África.
Embora tenha sido fundada no Paraguai, a Inpasa é controlada por empresários brasileiros. Foi criada a partir de outras empresas. De acordo com o vice-presidente da Inpasa, Rafael Augusto Ranzolin, após superar desafios técnicos, a Inpasa se mostrou viável ao utilizar o milho como matéria-prima de uma família de derivados “tecnológicos, inovadores e versáteis”. Nos anos seguintes, a Inpasa abriria as fábricas de São Pedro, também no vizinho sul-americano, e das cidades de Sinop e Nova Mutum, no Mato Grosso. A unidade mais recente, em Dourados (foto acima), no Mato Grosso do Sul, começou a operar em 2022.
É dessas fábricas que saem o etanol de milho, o DDGS (sigla em inglês para Dried Distillers Grains with Solubles, ou grãos secos de destilaria com solúveis, em tradução livre) e o óleo de milho, entre outros produtos. DDGS é um complemento fonte de proteínas que integra entre 8% e 15% da ração animal, conforme a demanda.
De acordo com o trader de DDGS e Oil Premium da Inpasa, Rodrigo Bicarato, o Brasil exportou 280 mil toneladas do produto em 2022 e deverá ampliar as remessas a 600 mil toneladas neste ano. O principal destino dessas exportações é o sudeste asiático: Vietnã, Tailândia e Indonésia. Entre os países árabes, são importadores Marrocos, Egito e Arábia Saudita. O DDGS é também enviado para clientes de Espanha e Reino Unido (Europa), Jamaica (América Central), Coreia do Sul (Ásia) e Nova Zelândia (Oceania). Os Estados Unidos são os maiores exportadores globais deste insumo, com uma participação de 90% da movimentação de 12 milhões de toneladas anuais.
“Os países árabes têm demanda para o produto e há potencial para ampliar a demanda. O grande desafio é sempre a distribuição. Geralmente, para o Oriente Médio, a carga é levada em navios do tipo Panamax, onde são compartilhados com outros produtos. Ou seja, no mesmo navio os distribuidores combinam ou milho e DDGS ou farelo de soja e DDGS”, afirma Bicarato. Navios da classe Panamax estão entre algumas das maiores embarcações em operação.
A empresa também começa a desenvolver o mercado árabe para o óleo de milho, com remessas para Emirados Árabes Unidos, Omã, Catar e Tunísia, além de outras nações. Segundo Bicarato, a empresa ainda não tem representantes locais nos países do Norte da África e do Oriente Médio, mas considera a hipótese “se nossa representatividade no mercado árabe for relevante”.
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