São Paulo – A Federação Internacional de Futebol (Fifa) anunciou nesta sexta-feira (19) os preços e as datas de vendas dos ingressos para a Copa do Mundo de 2014, em entrevista coletiva realizada em São Paulo. As entradas para o público em geral variam de R$ 30 a R$ 1.980 – dependendo do jogo, da localização do assento no estádio e da categoria do bilhete – e a primeira fase de comercialização vai de 20 de agosto a 10 de outubro de 2013 por meio do site Fifa.com.
Para o Mundial no Brasil foram criadas quatro categorias de ingressos para o público brasileiro e três para os estrangeiros, mais um grupo de entradas para pessoas com deficiência. No período de 20 de agosto a 10 de outubro, os interessados deverão fazer a solicitação dos tíquetes, selecionar os detalhes do que querem comprar e inserirem os dados do seu cartão de crédito. Para os brasileiros haverá também a opção de pagamento por boleto bancário. O torcedor já pode criar uma conta no site www.fifa.com/worldcup.
Isso não quer dizer, porém, que o torcedor terá seu ingresso garantido, nem que a cobrança será feita. Após o término do período de solicitação, será feito um sorteio dos ingressos disponíveis entre o público que se registrou, pois o número de interessados será certamente superior ao volume de entradas. De acordo com o diretor de Marketing da Fifa, Thierry Weil, nesta primeira fase serão colocados à venda de 1 milhão a 1,1 milhão de tíquetes.
Só quando for confirmado que o comprador foi contemplado no sorteio o valor será debitado no cartão. Se opção for por pagamento com boleto, o interessado vai receber um aviso para entrar no site e gerar o documento para pagamento. As comunicações serão feitas por e-mail ou SMS. Os ingressos propriamente ditos poderão ser retirados a partir de 15 de abril em centros de coleta instalados nas cidades sede dos jogos.
Após o processo de sorteio, de 05 a 28 de novembro será possível comprar diretamente as entradas restantes, sempre por meio do site. Weil observou que estarão incluídos aí ingressos para jogos que geraram pouco interesse no primeiro momento e aqueles devolvidos por parceiros do evento que têm direito a cotas de entradas, como confederações a associações nacionais de futebol, patrocinadores, entre outros. Neste caso, o processo será: chegou, pagou, levou.
A segunda fase de vendas repetirá o mesmo modelo. De 08 de dezembro de 2013 a 30 de janeiro de 2014 haverá o período de solicitação, depois sorteio e os tíquetes restantes poderão ser comprados diretamente de 26 de fevereiro a 01 de abril de 2014. Haverá ainda uma fase de comercialização, de 15 de abril a 13 de julho, apenas no modo “chegou, levou”.
O processo de venda começa às 07 horas de 20 de agosto, horário de Brasília, mas Weil observou que não há necessidade de levantar cedo e deixar o café da manhã de lado, pois quem se cadastrar durante todo o período que vai até 10 outubro terá a mesma chance de ser contemplado, não interesse se fez o pedido antes ou depois do outro. “As chances são as mesmas”, destacou.
Valores
Para os brasileiros, os ingressos vão da categoria 1 à 4, sendo os mais caros (de R$ 350 a R$ 1.980) os da categoria 1 e os mais baratos (de R$ 60 a R$ 330) os da categoria 4. Haverá ainda meia entrada, com base nos preços do grupo 4, para estudantes, idosos (acima de 60 anos) e beneficiários do programa Bolsa Família, o que faz com que a entrada mais barata custe R$ 30 (veja detalhes na tabela ao lado). Para pessoas com deficiência, os valores variam de R$ 180 a R$ 880 e é possível levar um acompanhante, se necessário, sem custo adicional.
A Fifa destacou o quase ineditismo da categoria 4 e da meia entrada. Na primeira fase de vendas serão disponibilizados 300 mil ingressos da categoria 4 e eles serão distribuídos preferencialmente para pessoas que têm direito aos descontos. “A prioridade será para estudantes, idosos e beneficiários do Bolsa Família, só depois será contemplado o público em geral”, ressaltou Weil. “É a segunda vez que damos descontos em ingressos em copas, a primeira foi na outra Copa no Brasil”, acrescentou, referindo-se ao Mundial de 1950.
No total, 500 mil ingressos serão destinados exclusivamente aos brasileiros, sendo 400 mil para a categoria 4 e mais 100 mil de cortesia que vão para indígenas, pessoas de baixa renda – também beneficiárias do Bolsa Família – e operários que trabalharam na construção dos estádios.
O secretário-executivo do Ministério dos Esportes, Luís Fernandes, disse que a política de preços incorpora “conquistas importantes” estabelecidas na Lei Geral da Copa, como as opções de meia entrada.
Para estrangeiros, as categorias disponíveis são as de 1 a 3, mais as entradas destinadas a deficientes. Os preços são os mesmos, com taxa de conversão congelada de US$ 1 para R$ 2. Ou seja, os tíquetes mais baratos vão custar US$ 90 e os mais caros US$ 990 (ver gráfico ao lado). De acordo com Weil, os valores são apenas 10% mais altos do que os cobrados na Copa de 2010, na África do Sul, quando foram vendidos 2,2 milhões de ingressos. As entradas poderão ser transferidas para terceiros ou devolvidas, mas apenas por canais oficiais da Fifa.
Os valores menores serão cobrados nos jogos da primeira fase, com exceção da partida de abertura, que vai contar com a Seleção Brasileira, em São Paulo. Os preços vão subindo conforme as fases da Copa avançam e os mais caros são os ingressos da final, que será realizada no Rio de Janeiro. O sorteio das chaves do Mundial, porém, só vai ocorrer em 06 de dezembro, na Costa do Sauípe, Bahia.
Weil cobrou dos representantes brasileiros, governo e Comitê Organizador Local (COL) que os estádios das 12 cidades sede da copa estejam prontos até dezembro, pois seis ainda não estão e é necessário saber como vai ficar exatamente a disposição dos assentos para que quem comprou ingresso receba exatamente aquilo pelo que pagou. Os jogos terão não só setores definidos, como assentos marcados. “Uma das razões para que os estádios estejam prontos a tempo é saber se os assentos [vendidos] estarão lá de fato”, declarou o executivo.
Confederações
O ex-jogador Cafu, capitão da Seleção pentacampeã em 2002, ressaltou que a Copa das Confederações, realizada em junho, “mostrou o que os brasileiros são capazes de fazer”, não só ao vencer a competição, mas ao organizá-la, mesmo durante um “momento delicado”. Ao longo do campeonato, protestos populares eclodiram pelo País, primeiro para condenar os aumentos nos preços dos transportes coletivos, mas depois em torno de uma pauta difusa, que incluiu o questionamento dos gastos públicos na organização da Copa. “Quando o Brasil quer, o Brasil faz”, destacou o craque.
Luís Fernandes, do Ministério dos Esportes, acrescentou que a Copa das Confederações, considerada uma prévia do Mundial, “foi um sucesso”. “Ela revelou o acerto da escolha do Brasil para sediar a Copa do Mundo”, ressaltou.
Weil divulgou dados positivos sobre a competição de junho. Segundo ele, os jogos tiveram em média 91% de ocupação dos estádios. Ele ressaltou, porém, que o torneio deixou lições a serem feitas até a Copa de 2014: primeiro terminar os estádios que ainda faltam a tempo, depois diversificar os pontos de distribuição de ingressos nas cidades sede, inclusive em aeroportos, e, por fim, avaliar outras formas de entrega dos tíquetes.
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www.fifa.com/worldcup/organisation/ticketing


